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Portugal emite 995 milhões com juros mais altos
O instituto liderado por Cristina Casalinho emitiu um total de 995 milhões de euros em obrigações a 10 anos. Esta foi a última operação de dívida de médio e longo prazo do ano, ficando marcada por um custo de financiamento mais elevado.
O Tesouro nacional regressou ao mercado para mais um leilão de dívida de médio e longo prazo. Um leilão de OT, no qual o instituto liderado por Cristina Casalinho (na foto) colocou um total de 995 milhões de euros. Este montante fica em linha com o previsto no montante indicativo, que apontava para entre 750 e 1.000 milhões.
Os novos títulos de dívida a 10 anos foram colocados a uma taxa de juro de 2,4294%. Um valor que fica acima dos 2,3975% alcançados na última operação equivalente, em Outubro. Ainda assim, este custo de financiamento está abaixo do actualmente registado no mercado secundário. Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos recuam actualmente 8,1 pontos base, para negociar nos 2,449%.
Melhor do que na última operação foi a procura dos investidores. Ascendeu agora a 1.896 milhões de euros, traduzindo um rácio face a oferta de 1,91 vezes. Em Outubro, ficou-se por um rácio de 1,62 vezes.
Com esta operação – a última de dívida de médio e longo prazo em 2015 -, a linha de obrigações a 10 anos ascende agora a 10.488 milhões de euros. Um montante emitido totalmente este ano, após o lançamento da linha em Janeiro. Entre leilões e emissões sindicadas, o IGCP colocou nova dívida por 12 vezes, tendo angariado um total de 18.890 milhões.
"Resultados animadores" numa "operação de sucesso"
"Mais uma emissão de sucesso do IGCP", atira Pedro Ricardo Santos. O gestor da XTB salienta que "apesar da subida ligeira na taxa de juro, a compensação dos investidores é ainda bastante baixa". Por isso, aponta, "continua a ser evidente o patrocínio do BCE na manutenção das ‘yields’ em níveis historicamente baixos".
Já Steven Santos defende que "os resultados animadores do leilão revelam que Portugal preserva a confiança dos investidores internacionais, apesar de a turbulência política e de o novo governo de esquerda terem contribuído para o ligeiro agravamento dos juros exigidos". Além disso, realça o gestor do BIG, esta operação acontece numa altura em que há "a perspectiva de haver novas medidas de estímulo na reunião do BCE, agendada para a próxima semana".
(Notícia actualizada às 11h22, com comentários dos analistas)