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Portugal emite dívida de curto prazo com taxa negativa mais baixa de sempre
Na primeira emissão de dívida de curto prazo do ano o IGCP voltou a pagar taxas negativas e inferiores às últimas operações. No prazo a seis meses a taxa foi mesmo a mais baixa de sempre.
O IGCP realizou esta quarta-feira o primeiro leilão de dívida de curto prazo de 2020, voltando a conseguir financiar-se a taxas negativas e mais baixas do que nas emissões similares anteriores.
O instituto liderado por Cristina Casalinho colocou 500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro com maturidade em 17 de julho de 2020, com uma "yield" de -0,487%.
Esta quarta-feira o IGCP colocou também 1.250 milhões de euros em títulos com maturidade em 15 de janeiro de 2021 (12 meses), com uma taxa de juro de -0,482%. Esta taxa é inferior à do leilão de setembro (-0,44%) e também de outubro, quando o IGCP colocou bilhetes do tesouro com maturidade a 11 meses e uma taxa de -0,45%.
Em agosto do ano passado o IGCP tinha colocado títulos a 12 meses com uma taxa mais baixa: -0,557%. Nesta emissão de títulos a 12 meses que foi hoje concretizada a procura (2.230 milhões de euros) foi inferior a duas vezes o montante oferecido.
No total o IGCP emitiu 1.750 milhões de euros neste duplo leilão, em linha com o ponto mais elevado do intervalo pré-definido na semana passada, que se situava entre 1.500 e 1.750 milhões de euros.
Apesar da procura menos robusta nas duas emissões, o IGCP conseguiu baixar os seus custos de financiamento apesar de no mercado secundário se ter assistido recentemente a um agravamento das taxas de juro, devido à menor procura de ativos de menor risco por parte dos investidores.
Esta descida mostra que permanece intacto o apetite dos investidores por dívida soberana portuguesa, que segundo os analistas deverá continuar a beneficiar sobretudo com o programa de compra de ativos do Banco Central Europeu.
Este interesse já se notou na habitual emissão sindicada de início do ano realizada pelo IGCP na semana passada. O Estado português conseguiu angariar quatro mil milhões de euros com uma taxa final de 0,499%.
No programa de financiamento para 2020, o IGCP anunciou que prevê emitir 13,25 mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro em 2020, sendo que com a emissão de hoje garantiu já 13,2% do financiamento anual em BT. Contudo, ao longo do ano serão amortizados quase 12 mil milhões de euros, colocando a emissão em termos líquidos em pouco mais de mil milhões de euros.
(notícia atualizada às 11:01 com mais informação e título alterado para destacar taxa mais baixa de sempre na emissão a seis meses)