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Dívida pública emitida em janeiro de 2020 "custa" apenas 0,4%

Em média, a nova dívida emitida pelo IGCP em janeiro deste ano foi financiada a 0,4%, o valor mais baixo de sempre.

21 de Fevereiro de 2020 às 15:34
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A nova dívida emitida por Portugal em janeiro de 2020 registou um "custo" médio de apenas 0,4%, um novo mínimo, pelo menos, desde 2010, segundo os dados revelados esta sexta-feira, 21 de fevereiro, pelo IGCP, a agência que gere a dívida pública, no seu boletim mensal.

A entidade liderada por Cristina Casalinho começou o ano com uma emissão sindicada, tal como tem sido habitual nos últimos anos. Nessa emissão, que é auxiliada pelos bancos, o IGCP colocou quatro mil milhões de euros a quase 11 anos com uma taxa de juro de 0,499%. Com esta emissão, Portugal garantiu 24% das suas necessidades de financiamento do ano.

A redução do custo de financiamento é visível quando se compara com a emissão sindicada realizada no arranque de 2019. O montante e o prazo eram semelhantes, mas nessa altura Portugal conseguiu financiar-se com uma taxa de juro ligeiramente inferior a 2%, quatro vezes mais do que o juro que conseguiu um ano depois. 

Além da emissão sindicada, o IGCP foi ao mercado em janeiro para emitir a curto prazo, tendo colocado dívida a seis meses com a taxa negativa mais baixa de sempre (-0,487%). No total, a agência que gere a dívida pública conseguiu 1.750 milhões de euros com juros negativos.

A conjugação destas duas operações - a outra operação de janeiro foi uma troca de dívida que não entra nestas contas - de nova dívida levou à redução acentuada do seu custo. 

No ano passado, o custo médio (12 meses) da nova dívida foi de 1,1%. Este valor resultou de taxas superiores no início de 2019, como foi o caso da emissão sindicada já referida, e de taxas bem inferiores no segundo semestre. Em setembro de 2019, por exemplo, Portugal emitiu dívida a 10 anos com um juro de 0,264%, o valor mais baixo de sempre.

No gráfico do boletim mensal do IGCP ainda não aparece o valor final de 2019 do custo do stock da dívida. Porém, em janeiro, Cristina Casalinho avançou ao Negócios que a estimativa apontava para os 2,6%. Para este resultado contribuíram os reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e o ambiente de juros baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE).

Em termos técnicos, o custo da nova dívida engloba a taxa média dos Bilhetes do Tesouro (BT), Obrigações do Tesouro (OT), Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) e MTN (de médio prazo) emitidos em cada ano, com uma ponderação pelo montante e maturidade.
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