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Dívida pública arranca 2020 com subida de 2,3 mil milhões

Face a dezembro, a dívida pública subiu 2,3 mil milhões de euros em janeiro, fixando-se nos 252,1 mil milhões de euros. Já o rácio do endividamento público em 2019 baixou mais do que o previsto por causa da revisão em alta do PIB.

Mário Centeno, ministro das Finanças, conseguiu na semana passada aprovar o seu quinto Orçamento do Estado.
Rafael Marchante/Reuters
02 de Março de 2020 às 10:56
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O valor absoluto da dívida pública na ótica de Maastricht, a que interessa a Bruxelas, subiu 2,3 mil milhões de euros em janeiro deste ano, face a dezembro, para os 252,1 mil milhões de euros - o valor mais alto desde setembro do ano passado. Os dados foram divulgados esta segunda-feira, 2 de março, pelo Banco de Portugal.

Face à revisão em alta do crescimento do PIB de 2019 de 2% para 2,2% feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na passada sexta-feira, o banco central atualiza também o rácio da dívida pública face ao PIB no final de 2019 de 118,2% para 117,7%.

Este peso do endividamento público no final do ano passado fica abaixo dos 118,9% do PIB previstos pelo Governo. Ainda assim, Portugal continua a ser o terceiro país com a maior dívida pública da Zona Euro.

No primeiro mês do ano, o IGCP fez a habitual emissão sindicada de longo prazo em que angariou quatro mil milhões de euros, o que justifica este aumento do endividamento público em janeiro.

Além disso, a agência que gere a dívida pública emitiu 1.750 milhões de euros a curto prazo. Em contrapartida, havia 3,1 mil milhões de euros de dívida de curto prazo a atingir a maturidade em janeiro, de acordo com o boletim mensal do IGCP.

"Para este aumento contribuiu essencialmente o acréscimo dos títulos de dívida, que foi parcialmente compensado pela redução de certificados do Tesouro", confirma o banco central na nota de informação estatística.

Estas operações reforçaram a almofada financeira. O Banco de Portugal revela que os ativos em depósitos das administrações públicas - a chamada "almofada financeira" - aumentaram 2,86 mil milhões de euros em janeiro, face a dezembro, tendo ficado nos 17,35 mil milhões de euros. A dívida pública líquida de depósitos baixou cerca de 500 milhões de euros para os 234,7 mil milhões de euros.

É de notar que a evolução do valor mensal da dívida pública é influenciada por vários fatores temporários em cada mês pelo que este valor é mais volátil do que o rácio face ao PIB. O ministro das Finanças, Mário Centeno, tem sinalizado que espera que o valor absoluto vá cair em breve dado que as administrações públicas deverão registar um excedente orçamental. 

A meta do Governo para o rácio da dívida pública em 2020 é de 116,2% do PIB.

(Notícia atualizada às 11h04 com mais informação)
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