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PDVSA paga apenas parcialmente juros da dívida ao JPMorgan

O banco norte-americano JPMorgan informou que a empresa estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) está a ter dificuldades em pagar os juros dos títulos de dívida, necessitando de 30 dias para concluir o processo.

Reuters
22 de Novembro de 2016 às 00:19
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Segundo o alerta enviado pelo JPMorgan aos seus clientes, a petrolífera venezuelana pagou parcialmente os juros da dívida, tendo activado o mecanismo de "período de graça de 30 dias" para pagar 9%, 6% e 9,75% de juros correspondentes aos títulos de dívida com vencimento em 2021, 2024 e 2035, respectivamente.

 

"Na semana passada, a PDVSA tinha cupões a pagar sobre 539 milhões de dólares (490 milhões de euros). Conforme o reportado pelo agente pagador (Citi) e pela Clearstream, a PDVSA pagou unicamente 135 milhões de dólares (122,7 milhões de euros) de 6% de juros (títulos de 2024), estando pendentes os restantes pagamentos. A PDVSA não respondeu a telefonemas ou emails", lê-se no texto do alerta.

 

Segundo o JPMorgan, "com base na descrição dos alertas sobre esses títulos, a PDVSA conta com um período de graça de 30 dias para efectuar o pagamento dos cupões, antes de se transformarem num evento de crédito [incumprimento]" e  "todos os títulos da PDVSA têm uma cláusula de aceleração cruzada de 100 milhões de dólares".

 

"Devido aos esforços para concluir uma oferta de troca e aos recentes pagamentos de juros e capital sobre a PDVSA (...) ainda acreditamos que a PDVSA fará esses pagamentos durante o período de carência", sublinha o alerta.

 

O JPMorgan destaca que "a Venezuela tem mais de 10,8 mil milhões de dólares em reservas, segundo o reportado pelo Banco Central da Venezuela" a 17 de Novembro último. "No entanto, destaca-se as dificuldades de caixa e a má administração da PDVSA em relação às suas obrigações", conclui.

Recorde-se que, no passado dia 24 de Outubro, a PDVSA anunciou um acordo com credores que lhe permitiria reduzir os encargos previstos para o próximo ano, mas que não anulava – segundo os analistas - o risco de a empresa entrar em incumprimento.


Segundo a agência Bloomberg, os detentores de 39% dos títulos de dívida que se vencem ao longo de 2017 aceitaram que a empresa adie até 2020 o reembolso de 2,8 mil milhões de dólares (1,65 mil milhões de euros).

A operação de reestruturação ficou, porém, aquém do pretendido pela petrolífera, que havia sinalizado ao mercado o objectivo de obter um acordo com os credores que permitisse adiar o pagamento de pelo menos metade da dívida que se vence no próximo ano.

A referida operação supõe também um custo elevado: a PDVSA anunciou que emitirá 3,4 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros) em novos títulos de dívida para completar a troca.

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