Notícia
Obrigações de retalho da PT continuam suspensas
O regulador anunciou que os títulos continuarão sem negociar em bolsa até à divulgação de informação relevante relativa ao processo de recuperação judicial das Empresas Oi.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das obrigações de retalho da Portugal Telecom a 21 de Junho, quando a Oi confirmou que iria avançar para um processo de recuperação judicial.
Esta segunda-feira, 4 de Julho, o regulador português refere que os títulos vão continuar suspensos. "O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários deliberou, nos termos do artigo 214.º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213.º do Código dos Valores Mobiliários, prorrogar a suspensão da negociação das obrigações da Portugal Telecom Internacional Finance "Obrigações PT Taxa Fixa 2012/2016" (ISIN PTPTCYOM0008) até à divulgação de informação relevante relativa ao processo de recuperação judicial das Empresas Oi", refere um comunicado da CMVM.
A 21 de Junho a CMVM tinha também avançado com a suspensão das acções da Pharol, que retomaram a negociação poucos dias depois. Quanto às obrigações, continuaram suspensas e só deverão voltar a ser transaccionadas quando for claro o que acontecerá a estes títulos.
As obrigações de retalho da PT, que foram colocadas junto de investidores de retalho há quatro anos, estavam a ser negociadas a 36% do valor nominal antes do pedido de recuperação judicial, o que pressupõe uma perda de mais de metade do capital.
A proposta da Oi que foi recusada pelos credores pressupunha a conversão da dívida em capital de forma a aumentar a posição dos credores para 95% do capital da Oi. Quanto aos detentores de obrigações, a Oi pretendia reembolsar apenas parte do capital.
Na passada sexta-feira, o Comité de Decisões da Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA) decidiu que houve evento de crédito na Oi. O pedido de recuperação judicial interposto pela operadora brasileira a 20 de Junho ditou este evento de crédito que vai fazer accionar os "credit-default swaps" (CDS) que existiam sobre os títulos de dívida da Portugal Telecom International Finance (PTIF) garantida pela Oi.