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Moody’s avisa que “Brexit” terá impacto no rating do Reino Unido
A agência de notação financeira admite colocar o rating do país sob perspectiva negativa, caso o referendo de Junho resulte na vitória do "Brexit". A saída da União Europeia pode afectar as exportações do país e penalizar o crescimento, alerta a Moody's.
A agência de notação financeira Moody’s acredita que o acordo alcançado, em Bruxelas, entre o primeiro-ministro David Cameron e os líderes europeus para a permanência do Reino Unido na União Europeia vai ajudar a aliviar alguma da incerteza em torno do "Brexit".
Contudo, o resultado do referendo agendado pelo chefe do Governo britânico para o próximo dia 23 de Junho poderá ter impacto no rating do país.
Numa nota assinada por Kathrin Muehlbronner, a Moody’s considera que a eventual decisão de deixar a UE seria penalizadora para o rating do Reino Unido, que poderá ser colocado sob "outlook" negativo. A menos que o país conseguisse negociar um bom acordo comercial com o bloco dos 28 países, as exportações britânicas seriam afectadas e as perspectivas de crescimento penalizadas.
"Na visão da Moody’s, os custos económicos de uma decisão de deixar a UE superam os benefícios económicos. A menos que o Reino Unido consiga negociar um novo acordo comercial com a UE que preserve, pelo menos, alguns dos benefícios comerciais da adesão à UE, as exportações do Reino Unido seriam afectadas", antecipa a agência de rating.
A Moody’s acredita mesmo que a vitória do "Brexit" no referendo de Junho conduziria a um período prolongado de incerteza que "afectaria negativamente os investimentos". Além disso, "também colocaria um peso significativo sobre os decisores políticos que teriam de renegociar as relações comerciais do Reino Unido com a UE e outros países e regiões, bem como reconsiderar outras áreas, como as políticas de regulação e de imigração", acrescenta a nota da agência, citada pela Bloomberg.
Por essas razões, a agência de notação financeira iria considerar "reflectir essas ameaças" no rating Aa1 do país, através da atribuição de uma perspectiva negativa.
Apesar das dúvidas levantadas pela Moody’s, a agência considera positivo o facto de o referendo ter sido agendado para Junho, já que "um longo período de incerteza prejudicaria a perspectivas de crescimento do Reino Unido". Por outro lado, o acordo alcançado em Bruxelas é um ponto favorável, permitindo a Cameron "fazer campanha a favor da adesão à UE".