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Marcelo desvaloriza juros na emissão de dívida: "Não há razão para alarme"

O Presidente da República alude à evolução dos preços no consumidor no espaço de um ano para relativizar o aumento dos juros na emissão sindicada de ontem. E recusou falar sobre o cenário de nacionalização do Novo Banco.

Miguel Baltazar
12 de Janeiro de 2017 às 18:17
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O Presidente da República diz não ver razão para alarme nos juros pagos por Portugal na emissão de dívida desta quarta-feira – de 4,227%, os mais elevados numa operação semelhante desde a saída da troika.

"Acompanho a situação, mas penso que a reacção dos mercados ontem mostra que - tirando o factor da inflação, que pesou e vai pesar - quanto ao resto, penso que não há razão para alarme," afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Chefe de Estado, que falava aos jornalistas em Lisboa depois da sessão de abertura do Congresso dos Jornalistas, justificou o seu entendimento com a evolução dos preços ao consumidor no último ano.

"[A emissão] responde a uma parte substancial do que [Portugal] precisava para o ano. Depois da emissão os juros dos mercados desceram abaixo dos 4%. Quando comparamos 4,2% com 3,2% no ano passado, a inflação era de 0% e agora está algures entre 0,6% e 1% e isso tem de ser abatido na taxa nominal", argumentou. Regra geral, quando a inflação aumenta os investidores tendem a exigir retornos mais elevados para investirem.

Esta quinta-feira os juros associados à negociação das obrigações soberanas portuguesas em mercado secundário aliviaram, recuando 6,7 pontos base para 3,907%. Ontem o Tesouro levantou 3.000 milhões de euros com a operação.

Sobre a possibilidade de nacionalização do Novo Banco – que tem sido defendida com várias "nuances" à esquerda e hoje ganhou o apoio do social-democrata Rui Rio -, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar. "O processo de venda está em curso – para já não considero nada. O processo está em curso. É prematuro que o Presidente da República se manifeste sobre essa matéria," afirmou.

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