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Fecho dos mercados: Juros da dívida aliviam após emissão. Trump tira força ao dólar e dá brilho ao ouro

As bolsas e o dólar continuam a ressentir-se após a conferência de imprensa de Donald Trump. Já as taxas das obrigações portuguesas têm quedas significativas após a primeira emissão de dívida do ano.

12 de Janeiro de 2017 às 17:29
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Os mercados em números

PSI-20 subiu 0,05% para 4.592,40 pontos

Stoxx 600 desceu 0,65% para 362,51 pontos

S&P 500 cai 0,78% para 2.257,54 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal recua 7,6 pontos base para 3,907%

Euro avança 0,73% para 1,0659 dólares

Petróleo sobe 1,92% para 56,16 dólares

Automóvel e farmacêuticas pressionam bolsas

O Stoxx 600 teve a maior descida de 2017, pressionado sobretudo pelas descidas das construtoras automóveis e das farmacêuticas. O índice que mede o desempenho das bolsas europeias desceu 0,65%, com aqueles dois sectores a perderem 2,81% e 1,90%.

As acções das cotadas da indústria automóvel travaram a fundo após novas acusações sobre a manipulação de emissões de gases poluentes. Desta vez é a Fiat a estar na linha de fogo. As acções derraparam mais de 16% e tiraram velocidade ao sector. Já as farmacêuticas tiveram um dia negativo após Donald Trump ter deixado avisos ao sector. Nos EUA, o dia também é de quedas, com o S&P 500 a ceder 0,78%, penalizadas pelos comentários de Trump esta quarta-feira não só sobre a indústria farmacêutica, mas também sobre o comércio internacional.

Já o PSI-20 conseguiu contrariar o cepticismo e terminou a sessão com uma subida ligeira de 0,05%. Os ganhos de 0,85% da Jerónimo Martins, de 1,37% da Navigator e de 0,90% da Altri deram suporte ao índice, assim como as valorizações de cerca de 0,50% da EDP e da EDP Renováveis. Estes desempenhos ajudaram a compensar as descidas de 2,81% dos CTT e de 2,77% do BCP.

Juros portugueses com a maior descida após emissão a dez anos

As taxas das obrigações portuguesas a dez anos continuam a aliviar no mercado secundário, após o Estado ter concluído a primeira operação de financiamento do ano. A "yield" baixou 6,7 pontos base para 3,907%, o valor mais baixo desde 2 de Janeiro. Isto numa sessão em que a taxa italiana a dez anos subiu 2,7 pontos base para 1,893% e a espanhola caiu 1,2 pontos base para 1,403%. Já a taxa alemã a dez anos baixou 1,1 pontos base para 0,316%.

Portugal financiou-se, esta quarta-feira, em três mil milhões de euros a dez anos com um juro de 4,227%, o mais elevado numa operação semelhante desde a saída da troika. Apesar do maior custo da emissão, a operação permitiu ao Estado assegurar 20% do valor pretendido em Obrigações do Tesouro para 2017. Cristina Casalinho considera que esse pode ser um factor positivo, tendo em conta a reacção do mercado após o fecho da emissão.


Negócios explica emissão de dívida sindicada
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O Estado financiou-se em 3.000 milhões de euros. Pagou o juro mais elevado desde a saída da troika. O Negócios mostra os pormenores da emissão.

 

Euribor voltam a descer e a bater mínimos

Aa taxas Euribor desceram esta quinta-feira pelo quarto dia consecutivo para novos mínimos a três, seis e 12 meses, segundo dados da agência Lusa. A Euribor a três meses, em valores negativos desde Abril de 2015, desceu para -0,327%, um novo mínimo de sempre e menos 0,001 pontos do que na quarta-feira. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em Novembro de 2015, foi hoje fixada em -0,234%, novo mínimo histórico e menos 0,001 pontos percentuais do que na véspera. Já a Euribor a 12 meses, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez em Fevereiro de 2015, foi fixada em -0,093%, novo mínimo histórico e menos 0,002 pontos do que na sessão anterior.  

Mercado repensa se Trump voltará a tornar o dólar grandioso

Desde as eleições nos EUA o dólar intensificou a tendência de subida, com o mercado a antecipar que as políticas económicas de Trump puxariam pela economia e pela inflação. Mas após a primeira conferência de imprensa em seis meses do multimilionário o dólar perdeu força, já que Trump não deu grandes detalhes sobre como iria cumprir os planos para tornar a economia americana mais forte. Resultado: o índice que mede a força do dólar contras a principais divisas mundiais desce 0,80% para 1.254,76 pontos, o valor mais baixo de 2017. Também o euro aproveita a fraqueza da nota verde, avançando 0,73% para 1,0659 dólares, no dia em que os relatos da última reunião do BCE revelaram indícios de que a extensão do programa de compras não foi consensual.

Arábia Saudita reduz produção e impulsiona preços

O petróleo valoriza pela segunda sessão, com o anúncio da Arábia Saudita de que está a reduzir a produção numa maior dimensão que o acordado na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo a puxar pela matéria-prima. Khalid al-Falih, o homem forte de Riade para a energia, disse que o país reduziu a produção para menos de dez milhões de barris por dia. A produção da Arábia Saudita está no nível mais baixo dos últimos 22 meses, segundo a Bloomberg. O preço do barril de Brent valoriza 1,92% para 56,16 dólares. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, avança 1,68% para 53,13 dólares.

Ouro em máximos de sete semanas após conferência de Trump

O ouro valorizou pela quarta sessão. Avançou 0,85% para 1.201,70 dólares, negociando no valor mais elevado das últimas sete semanas. O metal precioso ganhou brilho com a incerteza sobre o plano económico de Donald Trump, depois de o presidente eleito ter dado poucos detalhes nesse campo na conferência de imprensa desta quarta-feira. Além dessa incerteza, o ouro foi ainda beneficiado pela descida do dólar. "O ouro está a subir já que emergem interrogações sobre as perspectivas de Trump será positivo para o dólar e para as acções", considerou Adrian Ash, responsável de análise da corretora BullionVault, citado pela Bloomberg.

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