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PS defende que BCE tem de mudar política para reduzir juros nacionais
No dia em que se soube que o BCE vê riscos reputacionais se flexibilizasse a compra de activos, o que ajudaria a baixar os juros portugueses, o Governo pediu à autoridade monetária para mudar a sua política.
O Partido Socialista defende que o aumento do custo de financiamento do Estado português, sentido no leilão de dívida pública com a taxa de juro mais alta em três anos, tem um culpado: o Banco Central Europeu. Por isso, o deputado socialista Eurico Brilhante Dias pede uma mudança de política.
Questionado pela deputada centrista Cecília Meireles sobre o aumento dos juros na operação desta quarta-feira 11 de Janeiro, Brilhante Dias respondeu que não é ao Governo que se tem de colocar a questão.
"Conhecendo a natureza da intervenção do BCE, conhecendo as restrições impostas, […] não considera que é precisamente o facto de o desenho da intervenção do BCE estar a atingir o seu limite, não deve apontar o BCE como a grande causa deste aumento de dívida", declarou o deputado socialista, acrescentando que "é preciso mudar a política do BCE", com vista à redução do peso da dívida.
A agência que gere a dívida pública emitiu 3 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro que tem de reembolsar em 2027, aceitando uma taxa de 4,227%. Foi a mais elevada desde 2014, ano da saída da troika de Portugal.
O CDS atira responsabilidades pelo aumento dos juros pedidos pelos investidores também para o Governo, o que foi rejeitado pelo PS. Admitindo que o BCE tem impacto nos juros, os centristas defendem que o Governo deveria fazer mais "para proteger o país".
No dia em que o PS defendeu que o BCE deveria flexibilizar a sua política, foram divulgadas as actas da última reunião da autoridade monetária, em que se alertaram para os riscos reputacionais de tal possibilidade.