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Juros portugueses sobem mais do que na Europa

Os juros da dívida portuguesa estão a avançar, acompanhando a tendência das obrigações da Zona Euro, mas com uma subida mais acentuada, fazendo aumentar o prémio de risco face à dívida alemã para 219 pontos.

11 de Novembro de 2015 às 09:06
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Os juros da dívida portuguesa estão a avançar no mercado secundário, acompanhando a tendência de subida das obrigações da Zona Euro, na sessão após o PS, BE, PCP, PEV e PAN aprovarem uma moção de rejeição do programa do Governo PSD-CDS na Assembleia da República. Depois de fortes subidas na sessão de segunda-feira que levaram os juros para máximos de Julho e da correcção na sessão seguinte, devido à expectativa de uma intervenção do BCE, as "yields" da dívida avançam novamente esta quarta-feira, registando uma subida mais acentuada do que as pares europeias.

Os juros a 10 anos, que é considerada a maturidade de referência, estão a apreciar 4,9 pontos base para 2,824%, após terem encerrado nos 2,774%, na sessão de terça-feira. Erkki Liikanen, governador do Banco da Finlândia, afirmou que "o conselho do BCE está disposto e capaz de actuar, através de todos os instrumentos disponíveis no seu mandato". Uma declaração que reforçou a especulação de que, em Dezembro, serão aprovados mais estímulos à Zona Euro, fazendo recuar os juros.

A "yield" a cinco anos está a avançar 4,4 pontos base para 1,508%. No prazo mais curto, a dois anos, os juros estão a cair 0,3 pontos base para 0,222%.

Em Espanha, a "yield" a 10 anos sobe 3,1 pontos base  para 1,898% e os juros das obrigações italianas caem 3,0 pontos para 1,716%. Os juros das "bunds" alemãs registam uma subida de apenas 1,3 pontos base para 0,634%, fazendo subir o prémio de risco que os investidores pagam para apostar na dívida portuguesa em detrimento da alemã. O "spread" está a avançar 3,5 pontos base para 218,9 pontos.

Os analistas prevêem que a volatilidade deverá manter-se, até existir uma maior clarificação da situação política. "Uma vez que é improvável que a situação política se esclareça no curto prazo, a volatilidade na dívida portuguesa deverá continuar", diz David Schnautz. "Mas nos próximos meses não será tão elevada, já que o mercado vai habituar-se à situação", acrescenta o estratego do Commerzbank

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