As taxas de juros implícitas na dívida portuguesa estão a subir em todos os prazos. A "yield" a 10 anos está a avançar 8,3 pontos base para 2,763%, o que corresponde ao valor mais elevado desde 14 de Julho. A subida desta manhã eleva para mais de 200 pontos base a diferença face à dívida alemã com a mesma maturidade e que se encontra nos 0,698%.

A taxa a cinco anos também está a subir 7,0 pontos para 1,446%, o que também é um máximo de Julho, e a dois anos o aumento é de 0,9 pontos para 0,279%.

A subida de juros está a ser registada um pouco por toda a Europa, mas com Portugal a liderar. A subida entre os restantes países europeus está relacionada com a perspectiva de aumento de juros nos EUA, com a Reserva Federal (Fed) a deixar indicações de que o poderá fazer já em Dezembro e os indicadores económicos a apontarem para um fortalecimento económico, que sustenta a perspectiva de aumento de juros.

Em Portugal a subida é mais acentuada do que nos restantes países, numa altura em que os investidores aguardam que o cenário político em Portugal se defina por completo. Em causa está o facto de os partidos de esquerda terem fechado acordos que permitirão ao PS governar com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP.

Os acordos foram fechados dias antes do Executivo composto por PSD e CDS iniciar a discussão do programa do Governo no Parlamento. Com os acordos fechados à esquerda, será certo que o programa que hoje começa a ser apresentado por Passos Coelho no Parlamento será chumbado. Além disso será também certo que este Executivo cairá, com moções de rejeição do programa dos partidos da esquerda.

Os investidores aguardam agora pela definição do cenário político em Portugal, o que justifica que os juros portugueses subam mais do que entre os restantes países europeus.