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Juros descem após bons dados económicos na Zona Euro

O crescimento da economia da Zona Euro está a suportar a visão optimista dos investidores. Os dados da inflação, que disparou, não estão a impulsionar as taxas de juro.

31 de Janeiro de 2017 às 11:13
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A taxa de juro implícita na dívida pública de Portugal a 10 anos está a descer 9,5 pontos base para 4,146%, uma tendência que foi acentuada assim que foram conhecidos os dados economias divulgados esta terça-feira, 31 de Janeiro, pelo Eurostat: PIB, inflação e desemprego.

 

Do lado oposto estão os juros alemães, que sobem 1,4 pontos base para 0,463%, o que reduz o prémio de risco da dívida portuguesa para 368 pontos base.

 

Já entre os restantes países, a tendência é de quedas generalizadas, com Itália, Espanha e França a registarem descidas. A excepção é a Grécia, cujos juros estão a disparar mais de 50 pontos base, no prazo a dois anos, para 9,168%. Uma vez mais a justificar esta tendência dos juros está o reavivar da tensão entre Atenas e Bruxelas, numa altura em que a validação da segunda avaliação periódica ao cumprimento do memorando grego está congelada. Berlim já garantiu inclusivamente que não serão desbloqueadas novas tranches para a Grécia se não houver acordo entre os credores europeus e as autoridades helénicas. 

 

A contribuir para o alívio dos juros na maior parte dos países europeus estão assim os indicadores económicos, que apontam para que as maiores economias europeias estejam a crescer de forma robusta.

 

O produto interno bruto (PIB) da Zona Euro cresceu 0,5%, no quarto trimestre do ano quando comparado com os três meses anteriores, e aumentou 1,8% em termos homólogos, superando as estimativas dos analistas que apontavam para um crescimento de 1,7%. Este dado foi revelado já depois de se saber que a Alemanha crescer 1,9%, acelerando o ritmo de crescimento, que a economia de França aumentou 1,1% e que Espanha cresceu 3,2%.

 

A contribuir para o optimismo dos investidores está também o mercado de trabalho, já que o desemprego na Zona Euro voltou a descer em Dezembro, terminando o ano nos 9,6%, o que representa o registo mais baixo desde Maio de 2009. Este indicador teve uma evolução melhor do que a prevista, com os economistas a apontarem para uma taxa de 9,8%.

 

O último indicador conhecido foi o da inflação, que também superou as estimativas. A inflação na Zona Euro subiu de 1,1% em Dezembro, para 1,8%, em Janeiro, um valor já próximo da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de 2%. E superou as estimativas dos analistas que apontavam para 1,5%.

 

Este indicador poderia ter elevado os juros da dívida dos países europeus, com especial enfoque em Portugal. Isto porque com a inflação a aproximar-se da meta do BCE a expectativa de que o banco central comece a retirar os estímulos à economia aumenta. Contudo, os dados hoje conhecidos revelam que a inflação subiu à boleia da energia, ou seja, do petróleo, que registou subidas acentuadas devido ao acordo de corte de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

 

Ainda na última reunião do BCE, que terminou no dia 19 de Janeiro, Mario Draghi deixou claro que a retirada de juros não está para breve, sublinhando que serão necessários mais indicadores para que tal aconteça. O presidente do BCE desvalorizou o recente aumento da inflação na Zona Euro, que diz reflectir "principalmente o forte aumento na inflação da energia, enquanto não há sinais de uma tendência crescente convincente na inflação subjacente". Draghi acrescentou que espera que a inflação global continue a subir nos próximos meses, avisando ao mesmo tempo que esse movimento também não chegará para levar a uma mudança de políticas em Frankfurt. "As medidas de inflação subjacente [que excluem energia e bens alimentares] devem crescer mais gradualmente no médio prazo", avisou.

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