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Juros de Portugal registam maior subida desde o Brexit após BCE

As taxas de juro estão a subir na generalidade dos países europeus, a reflectir a redução do ritmo de compra de activos por parte do BCE. No caso português, a taxa a 10 anos está a dispara quase 25 pontos, a maior subida desde o Brexit.

1 de Abril de 2011-  Fitch corta 'rating' de Portugal em três níveis para próximo de 'lixo', de 'A-' para 'BBB-'. Quatro dias depois a Moody’s reduz a notação financeira do país para Baa1 e admite voltar a cortar.
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A taxa de juro implícita na dívida a 10 anos está a subir 24,7 pontos base para 3,760%, registando uma subida superior a 20 pontos no diferencial face à taxa a 10 anos alemã. Em ambos os casos, as subidas são as mais pronunciadas desde 24 de Junho, o dia que se seguiu ao referendo no Reino Unido sobre a permanência do país na União Europeia e que ditou o Brexit.

 

A subida está a ser generalizada. Em Itália, a taxa a 10 anos, sobe 13,1 pontos para 2,018%, em Espanha a subida é de 11,3 pontos para 1,537%, enquanto na Alemanha o avanço é de 5,0 pontos para 0,397%.


A subida generalizada dos juros está relacionada com o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) sobre a redução do ritmo de compra de activos.

 

O banco central decidiu prolongar o seu programa de compra de títulos pelo menos até Dezembro de 2017, mas a partir de Abril baixará o ritmo de aquisições de 80 para 60 mil milhões de euros mensais. No comunicado emitido esta quinta-feira, 8 de Dezembro, o banco central admite voltar a elevar o ritmo de compras e a prolongar novamente o programa. 

Ao ritmo previsto até hoje o banco central compraria até Março cerca de 1,76 biliões de euros em activos, principalmente dívida pública. Com a decisão agora anunciada o balanço do banco central aumentará em mais 540 mil milhões de euros, elevando o valor total de compras para 2,3 biliões de euros, e atirando o balanço do BCE para um valor superior a 3 biliões de euros.


O prolongamento do programa estava já a ser antecipado pelos mercados, que acreditavam que o montante de compras seria mantido até Setembro. Mas não foi essa a decisão. O BCE optou por prolongar por mais tempo do que estava a ser antecipado (Setembro), mas decidiu cortar o montante de compras. "Redução do ritmo chega antes do que esperado", realçam os analistas David Watss e Tomas Hirts, do Credit Sights, numa nota publicada logo a seguir à decisão.

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