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Juros da dívida nacional aliviam para mínimos de três semanas à espera do BCE

Os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida soberana dos países periféricos estão a cair. Portugal é dos que revela uma descida mais pronunciada. Mercado espera pelo BCE e antecipa alterações ao programa de compra de activos.

Mario Draghi, presidente do BCE, é o 2.º Mais Poderoso de 2016.
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Amanhã é dia D. Mario Draghi reúne-se com os governadores dos bancos centrais da Zona Euro. É o último encontro oficial do ano. Em cima da mesa vai estar o programa de compra de activos. E a pressão é elevada para que Frankfurt decida ampliar este programa. Os investidores contam cada vez mais com essa possibilidade, o que tem estado a alimentar as bolsas europeias, a negociação do euro mas também a dívida soberana.

Os juros dos países periféricos estão a cair no mercado secundário a cerca de 24 horas de Mario Draghi anunciar se faz ou não alterações ao pacote de estímulos monetários que está em curso. A dívida nacional é a que regista um alívio mais significativo.

A dez anos, o prazo considerado de referência, as "yields" descem 11,9 pontos base para 3,517%. Contudo, durante esta sessão os juros exigidos pelos investidores para trocarem obrigações nacionais tocaram em 3,506% - o valor mais baixo desde 15 de Novembro.

O consenso entre os analistas aponta para que o BCE prolongue o programa de compra de activos, mantendo o ritmo das compras em 80 mil milhões de euros por mês, em seis meses (de Março de 2017 para Setembro desse ano). E, para manter o ritmo de compras por mais tempo, o BCE tem de fazer alterações às regras do programa de forma a manter a capacidade de continuar as compras por mais tempo do que o inicialmente previsto. Algo que pode ser benéfico para Lisboa.

No caso da dívida italiana, os juros a dez anos perdem 5,3 pontos base para 1,890%. O referendo às reformas constitucionais propostas pelo primeiro-ministro, Matteo Renzi, foi no último domingo. Os italianos recusaram estas reformas, abrindo a porta a um clima de instabilidade política no país uma vez que o primeiro-ministro estará de saída do Executivo após a aprovação do Orçamento do Estado para 2017. Analistas da Schroders consideram que após o referendo em Itália a pressão sobre o BCE aumentou. A gestora defende mesmo que a reacção ténue do mercado ao referendo é explicada pela expectativa de apoio do BCE.

As "yields" espanholas a dez anos perdem 3,4 pontos base para 1,458%.

Os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida germânica entre si perdem 2,3 pontos base para 0,350%. As "bunds" alemãs são consideradas muitas vezes como activos de refúgio, sendo alvo da procura por parte dos investidores quando há instabilidade nos mercados. As compras do BCE são especialmente importantes para a periferia do euro e não tanto para a Alemanha que tem fácil acesso ao mercado para se financiar. E isso pode ajudar a explicar porque é que os juros alemães não caem tanto como os dos periféricos.

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