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Juros da dívida dos EUA regressam aos 3% antes da reunião da Fed
As obrigações soberanas estão em queda generalizada, reagindo à forte subida dos juros do Japão na sequência da reunião de política monetária do banco central deste país.
Já se esperava uma semana relevante nos mercados devido à concentração de reuniões de vários dos bancos centrais mais importantes do mundo (Banco do Japão, Reserva Federal e Banco de Inglaterra).
Confirmou-se a expectativa, pois as decisões de política monetária adoptadas logo na primeira reunião da semana estão a ter impacto significativo no mercado de dívida soberana.
O Banco Central do Japão duplicou o limite máximo de juros a que está disponível para comprar dívida pública do país, de 0,1% para 0,2%. Ontem as obrigações nipónicas reagiram em alta, pressionando os juros em baixa, mas esta quarta-feira inverteram, com a "yield" dos títulos a 10 anos a subir 6 pontos base para 0,12%.
Foi o maior salto diário no espaço de dois anos, que contagiou a dívida europeia e norte-americana. A "yield" das obrigações alemãs a 10 anos está a subir 4 pontos base para 0,48%, o que corresponde ao nível mais elevado em sete semanas.
Quanto aos títulos de dívida soberana dos EUA, a yield está a avançar 4,6 pontos base e, pela primeira vez desde meados de Junho, superou a barreira dos 3%.
A impulsionar os juros dos EUA está também a expectativa sobre a reunião de hoje da Reserva Federal e os dados económicos positivos que foram divulgados.
O banco central norte-americano deverá deixar a taxa dos fundos federais inalterada esta quarta-feira, com o presidente da Fed a reiterar a intenção de continuar a normalizar as taxas de juro no país.
De acordo com o instituto privado ADP a economia norte-americana criou 219 mil postos de trabalho em Julho, acima do esperado pelos economistas. Os dados oficiais do Departamento do Trabalho dos EUA serão publicados na sexta-feira.