O Comité de Decisões da Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA) já decidiu: houve evento de crédito na Oi. O pedido de recuperação judicial interposto pela operadora brasileira a 20 de Junho ditou este evento de crédito que vai fazer accionar os "credit-default swaps" (CDS) que existiam sobre os títulos de dívida da Portugal Telecom International Finance (PTIF) garantida pela Oi.

Há quinta vez, foi de vez. Depois de vários adiamentos, procurando mais detalhes sobre a lei brasileira, a ISDA deliberar que o pedido de recuperação judicial da Oi, que garante a dívida da PTIF, constitui um evento de crédito. Assim, os CDS (instrumentos financeiros que funcionam como uma espécie de seguro) vão ser activados.

Tendo em conta os dados referentes ao final da semana passada, vão ser activados CDS no valor de 13 mil milhões de dólares. Este é, no entanto, o montante bruto. Em termos líquidos, o valor dos "swaps" que serão pagos é de 921 milhões de dólares.

Vai, posteriormente, ser realizado um leilão, organizado pela ISDA, em que será determinado qual o valor estimado de recuperação das obrigações da Oi e da PTIF. "A data será determinada em Julho de 2016", refere o comunicado da ISDA. Ou seja, só depois deste leilão os investidores que têm CDS ficarão a saber qual o valor a que terão direito. A S&P estima uma taxa de recuperação entre 30% a 50%.

O mesmo pode acontecer com os detentores de "credit linked notes", instrumentos comercializados junto de investidores de retalho em Portugal. Caso seja determinado que houve um evento de crédito há um vencimento antecipado e o subscritor do produto recebe as obrigações consideradas em incumprimento ou um valor semelhante ao definido no leilão organizado pela ISDA. 

 
(Notícia actualizada às 19:42 com mais informação sobre a decisão da ISDA)