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Goldman alerta para dificuldades "severas" no setor imobiliário chinês
O Goldman Sachs avisa que o "efeito dominó" provocado pelo caso Evergrande mostra que o problema do setor poderá ser mais "severo" do que os especialistas previam.
O efeito dominó criado pelo caso Evergrande está deixar em aberto as dificuldades que o setor imobiliário chinês enfrenta. Depois desta semana ter sido revelado que uma rival do gigante chinês, a Fantasia Holdings Group, não conseguiu cumprir com o pagamento de um cupão que expirava na segunda-feira, os analistas do Goldman Sachs vieram alertar para uma situação de stress "severo" no setor.
A notícia que a Fantasia Holdings Group deixou por pagar 206 milhões de dólares aos seus credores levou os investidores mundiais a questionarem a saúde financeira das empresas do setor imobiliário no país, com os analistas do Goldman a anteciparem outros "Evergrande" na China, ainda que numa escala bem mais pequena.
O Goldman Sachs avisa, num comentário citado pela Bloomberg, que a indústria imobiliária chinesa pode enfrentar dificuldades de financiamento "mais severas do que esperávamos".
Os analistas alertam que estes problemas em levantar capital podem piorar e as preocupações de refinanciamento podem tornar-se um problema maior. Além do Goldman, também o Citigroup escreveu, no início deste mês, que o governo chinês está sob pressão para enfrentar a crise do crédito que está a afetar imobiliárias altamente endividadas antes de janeiro, altura em que há um pico nos reembolsos de obrigações.
Segundo os cálculos do Citi, 15 dos grupos imobiliários mais endividados do país têm 5,2 mil milhões de dólares em reembolsos agendados no início de 2022. A maioria destes pagamentos diz respeito maioritariamente a reembolsos de obrigações e não a cupões. Este valor é mais do dobro do montante a pagar em outubro.