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Fitch baixa perspetiva do Brasil para negativa

"A revisão da perspetiva de evolução ('outlook') reflete a deterioração da economia e finanças públicas do Brasil, e riscos descendentes para ambos devido à renovada incerteza política, incluindo tensões entre o Governo e o congresso, e incerteza sobre a duração e intensidade da pandemia da covid-19", escrevem os analistas.

15.º Rio de Janeiro - Brasil
Sergio Moraes
05 de Maio de 2020 às 23:07
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A agência de notação financeira Fitch manteve esta terça-feira o 'rating' do Brasil em BB-, piorando a perspetiva de evolução da qualidade da dívida soberana de estável para negativa, indicando um provável corte na análise da qualidade do crédito para breve.

"A revisão da perspetiva de evolução ('Outlook') reflete a deterioração da economia e finanças públicas do Brasil, e riscos descendentes para ambos devido à renovada incerteza política, incluindo tensões entre o Governo e o congresso, e incerteza sobre a duração e intensidade da pandemia da covid-19", escrevem os analistas.

Numa nota enviada à Lusa, a agência de 'rating' explica que "estes fatores podem dificultar a capacidade do Governo para garantir um ajustamento orçamental, uma implementação de reformas económicas depois da pandemia e uma significativa resposta política de emergência".

Antecipando uma recessão económica de 4% este ano, que surge na sequência de uma média de -0,6% nos últimos cinco anos, e que "reflete uma recuperação lenta depois de uma longa e profunda recessão em 2015 e 2016, os analistas da Fitch Ratings escrevem que "o Brasil entrou neste período de stress com contas públicas relativamente fracas e baixo crescimento económico".

Ainda assim, a economia deverá conseguir crescer 3% no próximo ano, mas o défice das contas públicas deverá aumentar para 13%, quase o dobro da média de 6,8% registada nos países com rating BB, o primeiro nível considerado de investimento especulativo, ou 'junk', como normalmente é conhecido.

"A pandemia e a recessão consequente vão aumentar ainda mais o endividamento público, apagando a flexibilidade orçamental e aumentando a vulnerabilidade aos choques", lê-se na nota da Fitch, que conclui, por outro lado, que a manutenção do rating em BB- é apoiada "pela larga e diversificada economia, rendimento alto relativamente aos pares e uma capacidade para absorver choques devido à flexibilidade da taxa de câmbio", entre outros fatores.
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