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Estado vai vender obrigações do Tesouro para pequenos investidores

Novo produto de poupança junta-se aos certificados de aforro e do Tesouro. Títulos serão vendidos pelos bancos, com um investimento mínimo de mil euros e um máximo de um milhão.

Bloomberg
24 de Setembro de 2015 às 12:09
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O Governo anunciou o lançamento de um novo produto de poupança para as famílias portuguesas, complementar aos certificados de aforro e aos CTPM (Certificados do Tesouro Poupança Mais). São obrigações do Tesouro semelhantes às que já existem, mas destinadas a investidores de retalho, com taxas em linha com as do mercado, mas acrescidas de um prémio que ainda não está definido. O investimento mínimo é de mil euros.

No Conselho de Ministros, Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças anunciou que foi aprovada a criação "de um novo instrumento de dívida a colocar junto do retalho". São OTRV, ou seja, obrigações do tesouro rendimento variável. "São instrumentos a emitir a médio ou longo prazo, com maturidades de 5 a 10 anos", revelou a responsável pelas finanças públicas. "Contamos que o lançamento deste produto possa ser feito a breve prazo", rematou.


Estas obrigações vão ser emitidas pelo IGCP, sendo que ao contrário do que acontece com os actuais produtos de poupança do Estado, vendidos "online" e nos balcões dos CTT, as OTRV vão ser comercializadas "pelos bancos". "E podem ser transaccionadas no mercado secundário". Vão ser "admitidas à

[As OTVR terão] uma taxa variável indexada ao rendimento associada às obrigações do Tesouro acrescidas de um pequeno prémio, dependendo das condições do mercado.
Maria Luís Albuquerque
Ministra das Finanças

cotação na Euronext Lisboa", disse Maria Luís Albuquerque. A ministra lembrou que já se podem comprar obrigações tradicionais, mas os "custos são elevados". Neste caso, não.


Estas OTVR terão "uma taxa variável indexada ao rendimento associada às obrigações do Tesouro acrescidas de um pequeno prémio, dependendo das condições do mercado", disse a ministra das Finanças. O investimento "mínimo é de 1.000 euros. E está limitado a um milhão de euros, igual aos CTPM", notou.


"Este lançamento complementa a oferta de certificados de aforro e CTPM e é um incentivo adicional à poupança das famílias e diversificação das fontes de financiamento" do Estado. Pode ser um "complemento relevante para a poupança dos particulares", acrescenta, lembrando que "é mais um instrumento [para o Estado], não aumenta a dívida" do país, acrescentou.


"Saí do IGCP há mais de quatro anos e já nessa altura falávamos que queríamos fazer isto", notou, em declarações na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros. "Não tem nada a ver com questões de reembolso ao FMI", fez questão de salientar a ministra das Finanças. Com o adiamento da venda do Novo Banco, está em risco o reembolso de mais 2,2 mil milhões de euros da ajuda, este ano.


(Notícia actualizada às 12h15 com mais informações sobre o novo produto de poupança do Estado)

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