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DBRS mantém "rating" de Portugal mas alerta para risco de atraso na execução do PRR
A notação da dívida de longo prazo de Portugal manteve-se em A, o nível em que a agência a colocou em junho do ano passado.
A agência de "rating" canadiana DBRS Morningstar manteve a dívida de longo prazo de Portugal em A, o que corresponde ao sexto nível mais elevado da escala de classificações. Já o "outlook" (perspetiva para a evolução da qualidade da dívida) permanece "estável".
Foi em junho do ano passado que a DBRS elevou a notação portuguesa, ao passar de A (low) para o atual nível. Nessa altura, justificou a decisão com uma "melhoria material" nos resultados orçamentais e de endividamento perante um cenário "desafiante" a nível externo.
Apesar da incerteza em torno da governação em Portugal, a agência decidiu optar pelo "status quo". A DBRS refere, no relatório divulgado na noite desta sexta-feira, que não espera uma mudança substancial no compromisso de Portugal para com a prudência orçamental e para com a redução da dívida pública, mas admite que possa haver atrasos na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Segundo a agência, "a solidez das instituições políticas em Portugal e a rápida demissão de António Costa devido às investigações por corrupção reduzem os riscos reputacionais" do país.
"A perspetiva ‘estável’ reflete a visão da DBRS de que os riscos para o ‘rating’ estão equilibrados. A economia portuguesa cresceu mais rapidamente do que a da Zona Euro em 2023, mas está a perder ímpeto neste arranque de 2024, num contexto de elevadas taxas de juro e de fraca procura externa", sublinha a agência.
Relativamente aos "drivers" que podem levar a uma subida ou descida do atual "rating", a DBRS diz que pode elevar a notação de Portugal se as autoridades conseguirem reduzir significativamente o rácio da dívida pública (face ao PIB), ou se o país melhorar a sua resiliência económica e o potencial de crescimento.
Em contrapartida, pode decidir-se por um "downgrade" "se o compromisso político para com políticas macroeconómicas sustentáveis enfraquecer, resultando num panorama substancialmente pior para as finanças públicas".