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Arábia Saudita prepara primeira emissão de dívida em dólares
A Arábia Saudita poderá realizar nos próximos dias a primeira emissão de dívida em dólares. O objectivo é colocar entre dez e 20 mil milhões de dólares, mas a procura poderá ascender a 50 mil milhões.
A primeira emissão internacional de obrigações da Arábia Saudita poderá realizar-se ainda esta semana. Segundo o Financial Times, Riade quer captar entre 10 e 20 mil milhões de dólares, mas a procura poderá ascender a 50 mil milhões de dólares.
A queda dos preços do petróleo está a forçar os países dependentes das receitas petrolíferas a procurar fontes alternativas de financiamento. Depois de ter admitido a dispersão em bolsa da sua petrolífera, a Saudi Aramco, a Arábia Saudita poderá avançar com a sua primeira emissão de dívida nos próximos dias.
Os sauditas enviaram delegados ao Reino Unido e aos EUA na semana passada, para se reunirem com investidores, de modo a preparar a emissão e abrir caminho para outras operações de mercado futuras, como o IPO da petrolífera do país. A forte queda dos preços do petróleo tem obrigado os países exportadores, como a Arábia Saudita, a repensarem a sua estratégia de financiamento, de modo a reduzir a dependência das receitas petrolíferas.
Segundo o FT, na apresentação aos investidores os sauditas focaram-se no tamanho da economia, na ausência de dívida externa, planos para reformas e na população jovem. Esta será a primeira emissão em dólares do país, que irá emitir dívida a cinco, dez e 30 anos.
Num período dominado por taxas de juro extremamente baixas, a Arábia Saudita espera assim garantir financiamento com juros baixos. O Qatar emitiu dívida, em Maio, com um prémio de 150 pontos base acima da taxa das "treasuries" americanas. Sendo que os sauditas mantêm um "rating" inferior ao Qatar, a expectativa é que paguem uma taxa mais elevada.
Segundo um banqueiro citado pelo jornal britânico, a Arábia Saudita poderá pagar mais 30 a 40 pontos base que o Qatar, o que significaria uma taxa a dez anos de 3,55% a 3,65%. Já outro especialista consultado pelo jornal prevê um prémio de 150 pontos base face às "treasuries" a cinco anos e de 160 a 165 pontos a dez anos.
Sem data continua, para já, a dispersão em bolsa da Saudi Aramco, a maior petrolífera do mundo. No entanto, uma forte procura pela colocação de dívida do país poderá acelerar a operação.