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Portugal paga juro mais alto em oito meses para emitir dívida a 10 anos

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou 782 milhões de euros em títulos de dívida a 10 anos, com a taxa de juro a subir para o nível mais elevado em oito meses, apesar de ter ficado abaixo dos 2%.

10 de Outubro de 2018 às 10:38
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Os custos de financiamento de Portugal aumentaram no leilão de obrigações do Tesouro realizado esta manhã pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

O encaixe foi de 782 milhões de euros e taxa de juro ficou em 1,939%, o que representa um agravamento nos custos de financiamento de Portugal tendo em conta os últimos leilões comparáveis. Apesar de ter ficado abaixo dos 2%, a taxa suportada foi a mais elevada desde 14 de Fevereiro, quando o IGCP pagou 2,046% para emitir 760 milhões em títulos a 10 anos.

Um agravamento que está em linha com o comportamento das obrigações portuguesas no mercado secundário. Na terça-feira a "yield" dos títulos a 10 anos superou os 2% pela primeira vez em quatro meses, reflectindo a subida das taxas das obrigações norte-americanas (devido à subida de juros da Fed) e a confrontação entre Roma e Bruxelas sobre o orçamento de 2019.

 

Na última emissão comparável, concretizada a 12 de Setembro, o organismo liderado por Cristina Casalinho (na foto) colocou 672 milhões de euros com uma "yield" de 1,854% (quarta taxa mais baixa de sempre). Em Julho tinha emitido títulos desta linha com uma taxa de juro de 1,727%, que era a segunda mais baixa de sempre na emissão de títulos a 10 anos. A taxa mais baixa de sempre foi fixada em Maio, quando o IGCP suportou um juro de 1,67% para emitir 483 milhões de euros em obrigações do Tesouro a 10 anos.

"É verdade que a taxa desta emissão subiu ligeiramente face à anterior, mas esse é um movimento que acompanha a evolução recente da curva da dívida soberana europeia", diz Filipe Silva, director da Gestão de Ativos do Banco Carregosa, num comentário enviado por e-mail. "Mais importante que isso, Portugal emite dívida longa abaixo do custo médio da dívida pública, cuja taxa (de cupão) média se situa nos 3,85%", acrescentou.


"Leilão com muita procura"

O valor angariado do leilão desta manhã ficou encostado ao limite inferior do intervalo pré-definido (entre 750 e 1.000 milhões de euros), embora a procura tenha sido mais robusta quando comparada com o leilão anterior. Ascendeu a 2,78 vezes a oferta, quando na emissão de Setembro representou 2,32 vezes o finacimento obtido (672 milhões de euros).

 

"Foi um leilão com muita procura, o que demonstra o interesse dos investidores na taxa de juro paga por estas OT. Ainda assim, foi uma emissão com sucesso para o Estado português que conseguiu, mais uma vez, financiar-se a longo prazo pagando uma taxa historicamente baixa para o risco português", diz Filipe Silva.

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