Os mercados em números

PSI-20 desceu 3,71% para 4.653,56 pontos

Stoxx 600 caiu 0,36% para 328,64 pontos

"Yield 10 anos de Portugal subiu 3,2 pontos base para 2,769%

Euro desce 0,26% para 1,0887 dólares

Petróleo desce 0,62% para 28,76 dólares por barril em Londres

Bolsas europeias em mínimos de um ano

As bolsas do Velho Continente, que entraram em "mercado urso" no final da semana passada, voltaram a perder valor esta segunda-feira, 18 de Janeiro. O índice Stoxx 600 cedeu 0,36%, para o valor mais baixo desde Dezembro de 2014, penalizado pelas quedas das empresas de matérias-primas. À semelhança do que vem acontecendo em 2016, a volatilidade continua elevada. De acordo com um índice do Bank of America Merrill Lynch, que mede as espectativas de volatilidade em várias classes de activos, o chamado "índice do medo" subiu para máximos de Outubro, perante o clima de incerteza nos mercados.

Entre os vários índices europeus, o da praça lisboeta protagonizou a queda mais expressiva. Num dia marcado pela chuva de mínimos na praça nacional, o PSI-20 caiu 3,71%. Em destaque estiveram as acções da Mota-Engil, devido à crise do petróleo e ao seu impacto na economia angolana. A construtora afundou 18,59% para 1,174 euros, tendo mesmo chegado a estar suspensa parte da sessão, até a empresa avançar que não conhece nenhum motivo para esta queda acentuada em bolsa. Uma nota negativa ainda para a banca. BCP e BPI tombaram 7,76% e 5,54%, devido ao maior prémio de risco do País e à notícia do Financial Times, que diz que o Novo Banco faz subir juros para os bancos da periferia da Zona Euro.

Prémio de risco em máximos de Julho

Os juros das obrigações portuguesas estiveram a subir em todos os prazos, com o prémio de risco da dívida portuguesa a disparar para máximos de Julho. Numa sessão em que os juros na Europa estiveram a aliviar, o juro cobrado pelos investidores para comprar dívida portuguesa subiu para o valor mais elevado desde Novembro, depois da Blackrock ter adiantado que os investidores podem ter medo da dívida portuguesa devido às recentes situações da banca nacional. A "yield" a 10 anos de Portugal avançou 3,2 pontos base para 2,769%, enquanto as "bunds" alemãs recuaram 0,3 pontos para 0,537%, elevando o diferencial face à dívida nacional para 223,23 pontos.

Euribor inalterada
A Euribor a três meses ficou inalterada face à sessão anterior. O indexante, um dos mais utilizados pelos portugueses nos seus créditos à habitação, manteve-se em -0,042%, na semana em que se realiza a primeira reunião de política monetária do ano na Europa. O actual mínimo histórico da Euribor é de -0,044%.

Euro abaixo de 1,09 dólares

A moeda única europeia segue a negociar abaixo de 1,09 dólares. O euro desce 0,26% para 1,0887 dólares, com os investidores à espera que a autoridade monetária europeia avance esta semana com mais estímulos na região, perante o clima de instabilidade nos mercados financeiros. O BCE realiza esta quinta-feira a sua primeira reunião do ano, com a instituição focada em manter o ritmo de crescimento na região.

Irão mantém petróleo em mínimos de quase 12 anos

Os preços do petróleo estão a negociar no valor mais baixo em quase 12 anos, tendo já estado a cotar abaixo dos 28 dólares por barril no mercado londrino, depois de terem sido levantadas sanções ao Irão. Os receios que o aumento das exportações iranianas aumentem a já excessiva produção no mercado mantêm as cotações próximas de mínimos de 12 anos, com o londrino Brent a cair 0,62% para 28,76 dólares por barril. Em Nova Iorque, o WTI desce 1,26% para 29,’5 dólares por barril, num momento em que estão a aumentar as apostas na queda dos preços das matérias-primas por parte dos fundos globais.

Ouro contraria quedas das acções

Os preços do ouro seguem em alta ligeira, com a matéria-prima a recuperar da queda registada na última semana. O metal avança 0,05% para 1.089,47 dólares por onça, numa sessão marcada pela forte volatilidade nas bolsas e em que os investidores continuam a afastar-se dos activos de maior risco, perante os riscos em torno da economia mundial.

Destaques do dia

Mota-Engil afunda mais de 20% na bolsa de Lisboa. A construtora está a afundar. Numa sessão que está a ser marcada por quedas acentuadas, a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins cai mais de 20%. A queda, dizem os analistas, terá a ver com o petróleo.

Risco da dívida portuguesa em máximos de mais de seis meses. Os juros da dívida portuguesa estão a subir esta segunda-feira, contrariando a tendência de alívio que se verifica na generalidade dos países europeus. A 'yield' das obrigações a dez anos segue em máximos de Novembro, e a percepção de risco no nível mais alto desde Julho.

Blackrock acredita que investidores estão com medo da banca portuguesa. Aquela que será uma das principais afectadas pela transmissão de dívida do Novo Banco continua sem dizer se vai contestar o Banco de Portugal. Contudo, à Bloomberg, um responsável da Blackrock fala em medo de Portugal.

FT: Novo Banco faz subir juros para os bancos da periferia da Zona Euro. Os bancos da periferia da Zona Euro estão a sofrer com a decisão portuguesa de seleccionar credores senior para recapitalizar a instituição, escreve o Financial Times.

Fundos do Santander perdem mais de 2 milhões com o Novo Banco. Pelo menos seis fundos de investimento espanhóis da sociedade gestora de activos do Santander foram afectados pela decisão do Banco de Portugal em transferir obrigações do Novo Banco para o BES. 

Haitong: Proposta na Polónia para conversão de créditos é "positiva" para o BCP. A proposta do Presidente da Polónia para a conversão dos créditos à habitação de francos suíços para zloty é menos penalizadora para a banca, o que é positivo para as acções do BCP, diz o Haitong.

O que vai acontecer amanhã 

Evolução da economia chinesa.  A China divulga o produto interno bruto (PIB), relativo ao quarto trimestre de 2015.

Inflação na Zona Euro. O gabinete de estatísticas europeu divulga a estimativa final do índice de preços no consumidor, relativo a Dezembro.

Confiança dos investidores na Alemanha. É divulgado na Alemanha o índice ZEW, que mede a confiança dos investidores, relativo a Dezembro [anterior: 55 pontos ; estimativa: 53 pontos].

Resultados da banca nos EUA. O Bank of America e o Morgan Stanley divulgam os resultados relativos ao quarto trimestre de 2015.

Indicadores na indústria. O INE apresenta o índice de preços na produção industrial, relativo a Dezembro [anterior (homólogo): -3,3%]