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Fecho dos mercados: Bancos centrais e G-7 servem de remédio às bolsas. Petróleo dispara 5%
As bolsas europeias respiram de alívio depois de se terem "encolhido" face ao surto de coronavírus ao longo da semana passada, a pior desde 2008. O petróleo também volta a animar e sobe mais de 5%.
Os mercados em números
PSI-20 avançou 1,06% para os 4.816,12 pontos
Stoxx 600 valorizou 0,09% para os 375,97 pontos
S&P500 sobe 2,55% para os 3.028,86 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos agravaram 0,5 pontos base para os 0,352%
Euro aprecia 1% para os 1,1136 dólares
Petróleo em Londres ganha 5,05% para os 52,18 dólares por barril
Bolsas europeias sobem pela primeira vez em oito
O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, valorizou uns ligeiros 0,09% para os 375,97 pontos - uma subida que acabou com um ciclo de sete sessões sem ascender a terreno positivo e que levou o índice a contar a semana com a quebra mais pesada desde 2008, de 12,25%. As praças europeias alinharam no verde, com exceção da Alemanha, com os melhores registos a verificarem-se nos setores das "utilities" e do petróleo e gás. A perder continua o turismo, que desceu 2,71%.
A animar os mercados esteve o sinal dado por vários bancos centrais (Fed, Banco do Japão e Banco de Inglaterra) de que poderão atuar face ao surto de coronavírus, bem como a intenção das maiores economias do mundo em avançar com uma "ação concertada" para limitar o impacto da propagação do coronavírus. Os ministros das finanças do G-7 vão realizar esta terça-feira uma conferência telefónica para determinar as medidas que vão ser implementadas.
No que diz respeito à política monetária, os mercados estão já a incorporar o impacto do coronavírus, antecipando um corte de 50 pontos base na taxa de referência da Fed e de 25 pontos base no Banco de Inglaterra este mês.
O lisboeta PSI-20 valorizou 1,06% para os 4.816,12, com a EDP e a Galp a tomarem a dianteira dos ganhos.
Juros EUA em mínimo de sempre
Os juros da dívida a dez anos dos Estados Unidos desceram ao nível mais baixo de sempre, depois de oito sessões consecutivas em queda. Hoje, o deslize é de 5,3 pontos base para os 1,097%.
Em Portugal, as obrigações com a mesma maturidade subiram 0,5 pontos base para os 0,352%, enquanto a referência europeia, a Alemanha, completou hoje um trio de quebras ao recuar 1 ponto base para os -0,627%.
Fed dá a mão à economia e corta as pernas ao dólar
A Reserva Federal norte-americana mostrou-se disponível para auxiliar a economia dos Estados Unidos no caso de o efeito do atual surto de coronavírus o justificar. A perspetiva de que o valor do dólar seja reduzido como efeito de um eventual novo corte dos juros por parte do banco central deixa o euro impor-se com uma subida de 1% para os 1,1136 dólares, tendo já atingido um máximo de 16 de janeiro depois de ter avançado 1,25% durante a sessão.
Rússia deixa petróleo disparar depois do "derrame"
O barril de Brent, referência para a Europa, está a somar 5,05% para os 52,18 dólares, depois de seis sessões no vermelho, que resultaram em quebras acumuladas na última semana de 13,64% - tornando-se a pior desde 2008. Também o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, está a avançar fortemente esta segunda-feira, ao subir 5,30% para os 47,17 dólares.
O ouro negro está a valorizar depois de, este domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado que está pronto a cooperar com os cortes na produção propostos pelo cartel dos maiores exportadores, do qual a Rússia é aliada. Ainda a suportar as perspetivas para a matéria-prima está a disponibilidade manifestada pelos bancos centrais dos Estados Unidos, Reino Unido e Japão em atuar em socorro das economias.
Ouro recupera depois da derrocada
O ouro, e o respetivo estatuto de ativo refúgio, saíram abalados pelos efeitos nocivos que o coronavírus teve nos mercados na semana passada. As acentuadas perdas nas bolsas de valores, em vez de ditarem a subida do preço do metal amarelo, fizeram com que este perdesse mais de 3,5% no acumulado da semana, com os investidores a venderem o ouro nas suas carteiras para cobrir outras perdas, justifica a Bloomberg.
Esta segunda-feira, o alívio em algumas das principais praças, mas não todas, deixa o ouro subir 0,61% para os 1.595,34 dólares por onça.