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Europa cede terreno com investidores a preferirem prudência. Petróleo prossegue subida
Acompanhe aqui minuto a minuto o conflito na Ucrânia e o impacto nos mercados.
Europa cede terreno com investidores a preferirem prudência
As principais bolsas europeias encerraram a última sessão da semana no vermelho, numa altura em que os investidores estão a tentar encontrar um equilíbrio entre os receios de aumento da inflação e de menor crescimento e os preços mais baratos das ações depois das recentes quedas.
Os bons dados do emprego de maio nos EUA também pesaram, porque significam que a economia continua a fervilhar e que o banco central norte-americano (Fed) pode precisar de ser ainda mais duro na política monetária para combater a inflação, o que contagiou o sentimento dos mercados na Europa.
A bolsa londrina continuou fechada para assinalar os festejos dos 70 anos de reinado de Isabel II (jubileu), o que fez com que o volume de ações negociado fosse mais baixo pelo segundo dia consecutivo na Europa.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, terminou a perder 0,26% para 440,09 pontos.
A pressionar estiveram sobretudo pressionadas pelas tecnológicas, que se retraíram depois de alguns comentários do CEO da norte-americana Tesla, Elon Musk, que mostrou preocupação com a situação económica e anunciou que pretende despedir 10% dos trabalhadores da fabricante de veículos elétricos.
Em queda estiveram ainda os setores automóvel, da indústria e retalho.
A sobressair nos ganhos esteve o setor do petróleo e gás, que beneficiou com a subida do preço do crude, e também as cotadas das "utilities" (água, luz e gás).
"A inflação não é necessariamente adversa, assim que passa a ser bem entendida, e não é uma surpresa. Acho que caminhamos para um regime em que os preços vão permanecer num patamar mais alto", comentou à Bloomberg um analista do Emirates NBD Bank PJSC, Maurice Gravier.
"Não é assim tão adverso para ações, que são um ativo nominal. As melhores empresas conseguem cobrir as despesas mais elevadas", adiantou ainda.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o italiano FTSEMIB recuou 1,06%, em Amesterdão o AEX perdeu 0,39%, ao passo que o francês CAC-40 desvalorizou 0,23%. Em Madrid, o IBEX caiu 0,22% e o alemão Dax cedeu 0,17%.
Em contraciclo esteve apenas a praça de Lisboa, que cresceu 0,53%.
Ouro cai em dia de valorização do dólar
O ouro está em queda depois de terem sido publicados dados do emprego positivos e acima das estimativas nos Estados Unidos, que fizeram com que o dólar valorizasse. O metal precioso perde terreno porque fica menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.
Os dados publicados esta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho norte-americano mostram que a economia tem aguentado bem as subidas das taxas de juro por parte da Reserva Federal do país (Fed) e por isso a política monetária do supervisor deve seguir agressiva.
O ouro segue a ceder 1,08% para 1.851,10 dólares por onça no mercado londrino. Ainda assim, o metal amarelo está a caminho da terceira semana de ganhos, sustentado pelos receios em torno do estado da economia - alta inflação e potencial desaceleração económica ou mesmo recessão.
Já a moeda única europeia, que começou o dia a subir, está agora a desvalorizar 0,27% para 1,0722 dólares, depois de terem sido divulgados os dados do emprego nos Estados Unidos, que apagaram os ganhos matinais.
A "nota verde" segue a ganhar terreno também face a outras moedas de peso, como a libra esterlina (0,58%) e o franco suíço (0,54%).
Petróleo prossegue subida, a caminho de sexta semana de ganhos
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, com os bons dados do emprego nos Estados Unidos a reforçarem a expectativa de um aumento do consumo de combustível.
Em Londres, o contrato de agosto do Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 1,87% para 119,81 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 1,98% para 119,18 dólares por barril.
As cotações seguem assim a caminho da sexta semana consecutiva de ganhos.
Ucrânia acusa Turquia de comprar trigo roubado pela Rússia
A acusação é do embaixador ucraniano em Ancara, que coloca o regime de Erdogan de estar entre os países que estão a comprar cereais roubados à Ucrânia. Vasil Bodnar adiantou também que pediu ajuda às autoridades turcas e à Interpol para descobrir quem está a lucrar com a venda desta matéria-prima roubada, que circula por águas turcas.
Já ontem a embaixada da Ucrânia em Beirute, no Líbano, acusou a Rússia de enviar trigo "roubado" para a Síria, aliada da Rússia.
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Criação de emprego nos Estados Unidos não chega para pôr Wall Street no verde
Wall Street arrancou este final de semana no vermelho, em dia de divulgação de dados sobre a criação de emprego nos Estados Unidos. Os resultados estiveram acima do esperado pelos analistas, que previam 318 mil empregos criados em maio, estimativa abaixo dos 390 mil divulgados pelo Departamento do Trabalho. Já a taxa de desemprego estabilizou nos 3,6%.
Os dados positivos mostram que a maior economia mundial está a resistir aos efeitos das subidas das taxas de juro por parte da Fed, que ganha assim argumentos para uma manutenção de uma política monetária mais agressiva para controlar a inflação.
Em dia de resultados de emprego Elon Musk também se pronunciou sobre a matéria e afirmou que a Tesla terá de eliminar cerca de 10% dos postos de trabalho na empresa, de acordo com um email interno a que a Reuters teve acesso. O homem mais rico do mundo deixou também a ideia de que se avizinham tempos difíceis na economia, o que estará a pesar nos mercados.
O industrial Dow Jones vai recuando 0,68% para 33.045,31 pontos, enquanto o "benchmark" mundial S&P 500 perde 1,07% para 4.132,10 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite é o que mais desvaloriza com 1,75% para 12.092,58 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado está a Tesla, que vai caindo mais de 6%, depois dos comentário do CEO Musk e está a levar consigo empresas de produção de veículos elétricos como a Nikola Corp e a Rivian Automotive que vão perdendo respetivamente 5% e 4%.
"Temos uma economia que tem sido atingida com choques extraordinários e temos dado uma enorme quantidade de recursos à economia para aguentar essa pressão. E estamos a ver algumas empresas a serem resilientes - umas melhores que outras", explica à Bloomberg Julia Coronado, presidente da MacroPolicy Perspectives.
"Essa é a avenida onde conseguimos ver uma aterragem suave. Nós não viemos para este período de choque com muitas disparidades", acrescentou ainda.
Stoxx 600 volta à "estaca zero" do início da semana. Europa veste-se sobretudo de verde
A Europa arrancou a sessão pintada predominantemente de verde, com os "dip buyers" a aproveitarem o baixo preço das ações, deixando de lado as preocupações sobre a inflação e o possível abrandamento económico.
O Stoxx 600 segue a valorizar 0,16% para 441,95 pontos. Dos 20 setores que compõe o índice, serviços públicos e empresas químicas comandam os ganhos.
Nas restantes praças europeias, Madrid sobe 0,12%, Frankfurt valoriza 0,28% e Paris cresce 0,25% enquanto Lisboa soma 0,42%. Já Milão cai 0,18% e Amesterdão negoceia na linha d’ água (-0,04%). Londres continua encerrada devido aos festejos de platina do reinado da rainha Isabel II.
O "benchmark" europeu está prestes a terminar a semana onde exatamente começou, devido às perdas sofridas nos últimos dias que apagaram alguns ganhos. As ações europeias têm sofrido com a volatilidade, com a guerra na Ucrânia e a política monetária a impulsionarem a venda de títulos.
"É muito difícil definir se já chegámos ao fundo, pois é possível assistir a outra contração nas próximas semanas, no entanto é possível que os investidores de médio e longo prazo possam gradualmente começar a definir posições", defendeu Esty Dwek, diretor de investimentos do Flowbank, citado pela Bloomberg.
O Stoxx 600 está a ser negociado a cerca de 12,6 vezes os lucros estimados para o próximo ano, abaixo da média de 14,5 vezes da última década.
Yields aliviam na Zona Euro com mercado a apostar que as taxas de juro cheguem a 1,5% no final de 2023
Os juros das dívidas soberanas a dez anos na Zona Euro estão a aliviar, numa altura em que o mercado aposta que o Banco Central Europeu (BCE) poderá aumentar as taxas de juro em 50 pontos base até outubro.
A yield das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para o mercado europeu—alivia 0,5 pontos base para 1,227%. Desde o dia 5 de maio que os juros da dívida germânica a dez anos está acima de 1%.
Os juros da dívida italiana descem 1,9 pontos base, registando o alívio mais expressivo entre os 19 Estados, para 3,273%, enquanto a yield da obrigações francesas a dez anos subtrai 0,4 pontos base para 1,751%.
Na Península Ibérica, a yield da dívida portuguesa a dez anos alivia 1,1 pontos base para 2,386%. Desde o passado dia 29 de abril que os juros da dívida nacional estão acima da fasquia dos 2%. Por sua vez em Espanha, os juros da dívida a dez anos recuam 0,4 pontos base – o alívio mais tímido da região – para 2,364%.
O mercado dos derivativos está a apostar que o BCE pode subir as taxas de juro aplicadas aos depósitos em 50 pontos base até outubro.
Já uma pesquisa realizada pela Bloomberg aponta para que as taxas de juro aplicadas aos depósitos cheguem a 1,5% no final de 2023, um nível que a maioria dos economistas entrevistados considera neutro, ou seja que não estimula nem restringe a economia. O mesmo inquérito aponta para que a inflação atinja a meta dos 2% em 2024.
Ouro ensaia terceira semana em alta. Euro e dólar na linha d'água à espera dos dados do emprego nos EUA
O ouro caminha para o terceiro ganho semanal, apesar de estar a desvalorizar, horas antes de serem publicados os números do emprego nos EUA, um indicador importante que pode dar sinais sobre o futuro da política monetária da Reserva Federal norte-americana.
O metal amarelo desvaloriza 0,18% para 1.865,63 dólares por onça. Ainda assim, apesar desta ligeira queda, o ouro está a ser negociado perto de máximos de três semanas, à medida que os investidores se focam neste ativo à procura de refúgio contra o possível recessão, causada por uma política monetária mais restritiva.
A Bloomberg Economics estima que em maio deste ano, a criação de emprego registou a menor subida desde abril do ano passado, assim como espera um abrandamento no número de horas trabalhadas. O Departamento do Trabalho dos EUA divulga estes números durante a tarde lisboeta.
No mercado cambial também é esperado a publicação deste indicador de forma a que seja definida uma tendência. O índice do dólar da Bloomberg – que compara o "green cash" com 10 divisas rivais – negoceia na linha d’ água (0,07%) para 101,75 pontos, e o euro segue praticamente inalterado, a cair 0,02%, nos 1,0749 dólares.
Petróleo rumo ao sexto ganho semanal
O petróleo está a desvalorizar, no entanto, caminha para o sexto ganho semanal, impulsionado sobretudo pelas decisões da OPEP e dos aliados na sequência da reunião desta quinta-feira.
O West Texas Intermediate – negociado em Nova Iorque – cai 0,54% para 116,24 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, desvaloriza 0,47% para 117,06 dólares por barril.
A decisão de aumento da produção da OPEP+ corresponde apenas a 0,4% da procura global de julho e agosto segundo as contas da Bloomberg. "O aumento acordado parece grande no papel mas na realidade é muito pouco provável que a OPEP+ não consiga atingir essas metas de produção", alerta Warren Patterson, responsável do departamento de estratégia para o mercado das matérias-primas do ING.
O especialista alerta ainda para o facto de "nos próximos meses provavelmente a produção russa cair enquanto a capacidade de outros membros [da OPEP+] é fraca", o que pode desequilibrar ainda mais o mercado do ouro negro entre oferta e procura.
Europa aponta para o verde. Ásia fecha em terreno positivo de olhos postos nos EUA
A Ásia terminou em terreno positivo e a Europa aponta para um arranque de sessão no verde, motivadas pela esperança de que os dados sobre o emprego que serão publicados esta sexta-feira possam aliviar a política monetária restritiva em curso da Reserva Federal norte-americana.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 ganham 0,7% enquanto os futuros sobre o alemão DAX sobem 0,8%.
Pela Ásia, no Japão o Nikkei terminou a sessão a ganhar 1,25% enquanto o Topix subiu 0,35%. Na Coreia do Sul o Kospi valorizou 0,42%. Esta sexta-feira, as bolsas chinesas e britânicas permanecem encerradas devido à comemoração de feriados e solenidades.
Os investidores estão atentos durante a sessão desta sexta-feira à divulgação dos números do emprego do Departamento do Trabalho dos EUA, para confirmarem se houve ou não uma desaceleração no mercado de trabalho, o que poderia convencer a Fed a abrandar o ritmo de subida das taxas de juro.
EUA colocam 71 entidades russas e bielorrusas na "lista negra"
Os EUA adicionaram 71 entidades com sedes na Rússia e na Bielorrússia a uma lista "negra" que obriga a que as empresas norte-americanas que queiram negociar com estas entidades sejam obrigadas a obter uma licença prévia do Governo de Joe Biden. Com esta soma, a lista "negra" passa a contar com 322 nomes.
Alan Estevez, subsecretário para o Comércio e Indústria da administração Biden salientou que com esta medida a Rússia fica com "capacidade limitada para obter bens e tecnologias de que precisa para sustentar a invasão [à Ucrânia]".