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Europa valoriza à boleia de abrandamento da inflação nos EUA
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
Europa valoriza à boleia de abrandamento da inflação nos EUA
Após dois dias de quedas, os principais índices europeus foram animados por uma leitura da inflação de maio nos Estados Unidos, que mostrou que os preços abrandaram mais do que o esperado.
Estes números vão dando força às expectativas de que a Reserva Federal possa vir a cortar juros ainda este ano, horas antes de ser conhecido o resultado de uma reunião de política monetária de dois dias, bem como as projeções económicas da Fed e o "dot plot" - o mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, valorizou 1,08% para 522,89 pontos, com o setor tecnológico, do imobiliário e o industrial a subirem mais de 2%. No vermelho ficaram apenas o setor das telecomunicações e o de petróleo e gás.
O setor automóvel terminou praticamente inalterado depois de a Comissão Europeia ter revelado que vai avançar com a imposição temporária de tarifas de até 38% sobre os veículos elétricos chineses importados a partir do próximo mês.
"Esta queda evidencia que a política monetária está a ter o efeito pretendido", afirmou à Bloomberg Richard Flynn, diretor executivo da Charles Schwab.
"Se a inflação abrandar de forma consistente nos próximos meses, os responsáveis pelos bancos centrais devem ser convencidos a finalmente reduzir as taxas de juro. Para o Fed, os números de hoje refletem progresso, mas sucesso ainda não", acrescentou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 1,42%, o francês CAC-40 valorizou 0,97%, o italiano FTSEMIB ganhou 1,43%, o britânico FTSE 100 subiu 0,83% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,63%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 1,14%.
Juros das dívidas da Zona Euro aliviam
Os juros das dívidas soberanas a 10 anos na Zona Euro desceram esta quarta-feira, num dia em que as ações também negociaram no verde impulsionadas pelo abrandamento inesperado da inflação nos EUA.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos cederam 9,5 pontos base para 3,168% enquanto os da dívida espanhola retraíram 9,6 pontos para 3,311%.
Já as "yields" das Bunds alemãs a dez anos, referência para a região, diminuíram 9,2 pontos base para 2,528% e a rendibilidade da dívida soberana italiana com o mesmo prazo decresceu 15,3 pontos base para 3,917%. As "yields" da dívida francesa a dez anos terminaram o dia com um alívio de 8,9 pontos base para 3,136%.
Preços do petróleo avançam com mais otimismo sobre a procura
Os preços do petróleo subiram esta quarta-feira depois de o gabinete da administração norte-americana de estatísticas de energia (EIA, na sigla em inglês) ter revisto em alta os números para a procura de petróleo neste ano e no próximo.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,62% para 78,38 dólares por barril. Já o barril de Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, ganha 0,63% para 82,44 dólares.
Segundo os dados da EIA, a procura global de petróleo deverá aumentar 1,1 milhões de barris por dia para 103 milhões de barris por dia em 2024, o que fica ligeiramente acima dos 102,8 milhões previstos no mês anterior. De igual forma, a agência também reviu em alta os números para o próximo ano, esperando um aumento para 104,5 milhões de barris por dia, face aos anteriores 104,3 milhões.
As revisões em alta do crescimento da procura, apesar das recentes preocupações com o abrandamento do consumo, tornaram o relatório da EIA modestamente positivo para os mercados petrolíferos, disse o analista do UBS Giovanni Staunovo à Reuters.
Queda de 1% do dólar face ao euro dá força ao ouro
O ouro está a valorizar, à boleia dos números da inflação nos Estados Unidos que mostraram que os preços aceleraram menos do que o esperado, o que está a reforçar expectativas de que a Fed possa começar a cortar juros em breve.
O metal amarelo soma 0,34% para 2.324,8 dólares por onça.
A impulsionar o metal está a um alívio das "yields" da dívida norte-americana, bem como uma descida da "nota verde". Uma vez que o ouro está cotado em dólares uma descida da divisa torna o metal menos dispendioso para compradores em moeda estrangeira.
A moeda norte-americana perde 0,98% para 0,9219 euros, enquanto o índice dólar da Bloomberg - que compara a força do dólar contra dez divisas rivais - perde 0,86% para 104,329 dólares, interrompendo uma série de quatro sessões consecutivas de ganhos.
Inflação dos EUA a subir abaixo do esperado dá novos máximos históricos ao S&P e Nasdaq
Os principais índices estão a valorizar nos primeiros minutos de negociação desta quarta-feira, em crescente antecipação de uma decisão de política monetária da Reserva Federal.
O industrial Dow Jones sobe 0,75%, para os 39.052,98 pontos, enquanto o "benchmark" S&P 500 soma 1,08%, para os 5.433,18 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite avança 1,56%, para os 17.613,56 pontos.
Esta terça-feira o S&P 500 e o Nasdaq Composite registaram novos máximos de fecho e fixaram igualmente recordes intradiários, que foram entretanto quebrados na abertura da sessão desta quarta-feira, à boleia da Apple que tocou em terreno nunca antes alcançado.
O otimismo nos mercados deriva da leitura da inflação de maio nos Estados Unidos, cujos números foram conhecidos esta quarta-feira. Os números do departamento do trabalho norte-americano mostraram que o índice de preços do consumidor manteve-se inalterado em termos mensais, quando era esperada uma subida de 0,1%.
Já em termos de variação anual, a inflação situou-se 3,3%, abaixo das estimativas de 3,4%. Por sua vez, a inflação subjacente, que deixa de fora os preços mais voláteis dos alimentos e energia, subiu 0,2% face a abril, o que compara com uma subida esperada de 0,3%, e desacelerou para 3,4% em termos homólogos, face a 3,5% perspetivados.
As "yields" da dívida norte-americana a dez anos caíram abaixo de 4,3% com as preocupações com uma inflação persistente a abrandarem antes da conclusão da reunião da Fed. Além da decisão de política monetária o banco central vai também divulgar as suas projeções económicas atualizadas e o "dot plot" - o mapa que mostra como cada representante do banco central estima as futuras mexidas nos juros diretores.
Euribor cai em todos os prazos
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira e no prazo mais curto para um novo mínimo desde 31 de julho de 2023.
Com as alterações de hoje, as Euribor continuaram em valores muito próximos, mas a taxa a três meses, que baixou para 3,720%, ficou abaixo da taxa a seis meses (3,748%) e acima da taxa a 12 meses (3,719%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, baixou hoje para 3,748%, menos 0,003 pontos, depois de ter subido em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,1% e 25%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, recuou hoje para 3,719%, menos 0,009 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 3,720%, menos 0,019 pontos e um novo mínimo desde 31 de julho de 2023, depois de ter avançado em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.
O BCE desceu na semana passada as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.
Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação.
A média da Euribor em maio desceu em todos os prazos, mas mais acentuadamente do que em abril e nos prazos mais curtos.
A média da Euribor em maio desceu 0,073 pontos para 3,813% a três meses (contra 3,886% em abril), 0,052 pontos para 3,787% a seis meses (contra 3,839%) e 0,021 pontos para 3,681% a 12 meses (contra 3,702%).
Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa no verde à espera da Fed
As principais bolsas europeias seguem a negociação desta quarta-feira em terreno positivo, após duas sessões em queda devido à incerteza política na França. Durante o dia, as atenções estarão focadas na decisão da Reserva Federal dos EUA relativamente ao futuro da política monetária do país, assim como nos dados da inflação.
As ações europeias atingiram máximos recordes na última semana, após o primeiro corte das taxas do Banco Central Europeu em cinco anos, mas, desde então, recuaram devido a temores políticos no mercado interno.
O "benchmark" europeu Stoxx 600 valoriza 0,48% para 519,79 pontos, impulsionado sobretudo com o setor da banca, que salta 1,30% e os serviços financeiros, que sube 0,91%. A pressionar o índice de referência está o setor automóvel que segue a derrapar 0,37%.
Em destaque está a Rentokil Initial, ao saltar 12% depois de o fundo de Nelson Peltz ter acumulado ua participação significativa da empresa.
As ações da Umicore caíram 5,7% após emitirem um alerta de que o lucro da empresa belga de reciclagem vai descer, "vítima" da desaceleração do mercado de veículos elétricos.
Também em queda segue a Legal & General, que diminiu 3,4%, depois de os investidores da seguradora britânica se mostrarem desapontados com os planos de recompra de ações no valor de 200 milhões de libras.
Entre outros principais mercados da Europa Ocidental, o alemão Dax30 ganha 0,53%, enquanto o francês CAC-40 avança 0,44% e o britânico FTSE 100 aumenta 0,63%. Já o índice italiano FTSEMIB cresce 0,89 % e o AEX, em Amesterdão, que valoriza 0,50%, a par do espanhol IBEX que salta 0,32%.
Ouro recua enquanto aguarda pistas da Fed
O ouro está a desvalorizar, numa altura em que os investidores esperam pelo fim da reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que deverá manter as taxas de juro no nível mais elevado das últimas duas décadas. Apesar dos "traders" já estarem à espera desta decisão, a expectativa centra-se nos discursos dos membros do banco central dos EUA à procura de pistas sobre o futuro da política monetária.
O metal amarelo recua 0,19% para 2.312,63 dólares por onça. Apesar desta desvalorização, os preços do ouro têm negociado em alta durante o ano. Desde o início de 2024. o "bullion" já valorizou 12%, impulsionado pelas expetativas de cortes nos juros por parte da Fed e uma corrida ao ouro por parte de vários bancos centrais, com destaque para o chinês.
"Os preços do ouro têm negociado com ganhos e perdas modestas nos últimos dias, enquanto esperam por pistas mais óbvias sobre o futuro da política monetária da Fed. Qualquer aproximação dos dois cortes, ainda este ano, nas taxas de juro podem ser vistos como uma abordagem mais 'dovish', que, por sua vez, podem valorizar ainda mais o ouro", disse Yeap Jun Rong, estratega de marketing da IG à CNBC.
Petróleo valoriza com diminuição das reservas de crude nos EUA
Os preços de crude estão a valorizar, numa altura em que os stocks da matéria-prima nos EUA estão a diminuir e a procura a aumentar. Os dados são da associação comercial American Petroleum Institute (API), que registou uma queda de 2,4 milhões de barris, na semana passada, nas reservas de crude do país.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,69% para 78,44 dólares por barril. Por sua vez, o barril de Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, ganha 0,51% para 82,34 dólares.
Os preços do petróleo têm recuperado esta semana, depois de uma grande desvalorização provocada principalmente pela decisão da OPEP e dos seus aliados de aliviarem os cortes na produção de crude já este ano, caso as condições de mercado sejam favoráveis. Os EUA anunciaram na terça-feira um aumento da produção da matéria prima em 2024 além do previsto, mas a forte procura parece estar a ofuscar os aumentos na oferta.
Ásia fecha no vermelho em antecipação a novas taxas da UE. Europa aponta para o verde
As bolsas asiáticas fecharam a sessão de quarta-feira em terreno negativo, enquanto a Europa aponta para uma abertura no verde.
Na China, o Hang Seng, principal índice de Hong Kong, desvalorizou 1,4%, pressionado pelas ações do setor automóvel. A União Europeia prepara-se para aumentar as taxas sobre veículos elétricos no país, acompanhando assim a decisão tomada em maio pelos EUA.
Os mercados chineses têm vindo a ser pressionados por um mercado imobiliário em crise e por baixos níveis de procura, que têm levado a uma deflação em vários índices económicos. Apesar disso, o Shanghai Composite valorizou 0,33%.
Pelo Japão, o Topix caiu 0,8% e o Nikkei 225 acompanhou a queda ao desvalorizar 0,7%. O sentimento negativo chegou também à Austrália, que viu o seu principal índice, o S&P/ASX, recuar 0,6%.
Já na Europa, a negociação de "futuros" do Euro Stoxx 50 valoriza 0,3% e aponta para uma abertura com ganhos modestos.
Os investidores vão estar atentos à realidade económica nos EUA, com a divulgação do índice de preços no consumidor (CPI, na sigla inglesa). Ao mesmo tempo, a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai terminar a sua reunião monetária, onde deve manter as taxas de juro no nível mais elevado em duas décadas. Os "traders" vão procurar nos discuros dos membros do banco central pistas sobre o futuro da política monetária do país.