Notícia
Abertura dos mercados: Yellen leva bolsas mundiais a máximos e penaliza dólar
Os comentários da presidente da Fed estão a marcar o rumo dos mercados, colocando as bolsas em alta e o dólar em queda. O petróleo volta a cair.
Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,59% para 5.245,99 pontos
Stoxx 600 avança Stoxx 600 ganha 0,15%
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 1 ponto base para 3,11%
Euro desvaloriza 0,04% para 1,1407 dólares
Brent desce 0,63% para 47,42 dólares
Bolsas mundiais em máximos
O discurso de Janet Yellen no Senado, na quinta-feira, continua a impulsionar os mercados accionistas. Ontem o Dow Jones renovou máximos históricos e hoje o índice que mede a evolução das principais acções mundiais também já tocou no valor mais elevado de sempre.
Segundo a Bloomberg, o MSCI ACWI (que mede o desempenho das principais acções em 23 mercados desenvolvidos e 24 mercados emergentes) tocou esta quinta-feira em máximos históricos, estando a valorizar 0,2%. O europeu Stoxx 600 ganha 0,15% para 385,47 pontos.
A presidente da Fed sustentou esta quarta-feira, 12 de Julho, que a Fed "continua a esperar que a evolução da economia permita aumentos graduais das taxas de juro ao longo do tempo". Mas apesar deste tom positivo, manifestou uma preocupação: a inflação, que continua baixa. Um sinal que o banco central não vai ter pressa em efectuar mais aumentos na taxa de juro e na redução do balanço.
"O mercado está positivo porque os comentários de Yellen sugerem um ritmo mais brando de subida das taxas de juro, o que é favorável para as acções, comentou à Bloomberg Banny Lam, responsável da unidade de research da CEB International, em Hong Kong. A presidente da Fed também deixou indicações que não serão necessárias muitas mais subidas das taxas para colocar os juros num nível neutral para a economia, o que também foi bem visto pelos investidores.
Em Lisboa o PSI-20 acompanha este movimento de alta nas bolsas, com o índice português a somar 0,59% para 5.245,99 pontos. Destaque para a Nos, que valoriza 1,57% para 5,365 euros depois do Haitong ter incluído a cotada na lista de acções favoritas ("balas de prata") para o terceiro trimestre.
Juros em alta ligeira
Depois do alívio sentido nas últimas sessões, os juros da dívida pública portuguesa estão em alta ligeira esta quinta-feira. A "yield" dos títulos a 10 anos sonam 1 ponto base para 3,11%, com o spread face às obrigações alemãs a alargar-se para 253 pontos base (a "yield" das bunds segue estável nos 0,58%, depois de ter ficado máximos de Janeiro de 2016 nas últimas sessões).
Portugal regressou ontem aos mercados, com a emissão de dívida a 28 anos, pela qual pagou uma taxa abaixo de 4%. O IGCP também emitiu obrigações do Tesouro a 10 anos, com o custo de financiamento a agravar-se.
Dólar pressionado por Yellen
Os receios de Yellen em torno da inflação, manifestados esta quarta-feira, levou os investidores a reduzirem as suas expectativas em torno do ritmo da subida dos juros nos Estados Unidos, o que penaliza a divida local. O dólar, esta quinta-feira, esteve já a cair face ao grupo de 10 pares, sendo que o Bloomberg Dollar Spot Index já recuou para mínimos de Setembro do ano passado, precisamente depois do alerta de Yellen: "não há certezas sobre quando e quanto é que a inflação vai responder ao aperto na utilização de recursos".
Por outro lado, o euro tem estado a valorizar, impulsionado pelas expectativas em torno dos sinais que o Banco Central Europeu pode enviar ao mercado após o encontro da próxima semana. Contudo, por esta altura, regista uma desvalorização ligeira de 0,04% para 1,1407 dólares
Petróleo em queda
Ainda que as reservas de crude tenham caído nos Estados Unidos, a produção da matéria-prima continua a acelerar. De acordo com os dados oficiais divulgados ontem, a produção de crude nos EUA expandiu-se na semana passada para o nível mais elevado desde Julho de 2015. Por outro lado, os inventários caíram 7,56 milhões de barris na semana passada.
Numa altura em que os investidores analisam estes dados, os preços do petróleo recuam nos mercados internacionais, estando o West Texas Intermediate a descer 0,59% para 45,22 dólares por barril. E o Brent do Mar do Norte, referência para as importações nacionais, cede 0,63% para 47,42 dólares por barril.
Ouro brilha à custa de Yellen
O mercado encarou que a mensagem de ontem de Yellen indicava que a Reserva Federal norte-americana não tem pressa para proceder a um novo aperto na política monetária, o que penalizou a moeda e aumentou o apetite dos investidores para activos como o ouro. O metal amarelo, para entrega imediata, ganha 0,14% para 1.222,17 dólares.