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Abertura dos mercados: Europa desce mais de 1% com tensão militar. Ouro em máximos de 2013 e petróleo toca nos 70 dólares

As bolsas europeias estão a cair no arranque da semana à semelhança da tendência negativa mundial. Já o ouro e o petróleo beneficiam da tensão militar entre os EUA e o Irão.

reuters
06 de Janeiro de 2020 às 09:19
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Os mercados em números
PSI-20 cede 0,99% para os 5.189,92 pontos
Stoxx 600 recua 1,21% para os 413,26 pontos
Nikkei desvalorizou 1,91% para os 23.204,86 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 0,5 pontos base para os 0,349%
Euro valoriza 0,17% para os 1,118 dólares
Petróleo em Londres avança 2,19% para 70,1 dólares por barril

Bolsas europeias descem mais de 1% e atingem mínimos de duas semanas 
A tensão no Médio Oriente continua a ser o principal catalisador das variações nos mercados financeiros. As bolsas negoceiam em baixa numa altura em que os investidores afastam-se de ativos de maior risco, aumentando a procura por ativos de refúgio. 

Em causa está a morte de Qassem Soleimani, um dos principais generais do Irão, provocada por um ataque dos Estados Unidos na semana passada na sequência de um anterior ataque à embaixada dos EUA no Iraque, em Bagdade. A retórica de ambos os lados tem sido de demonstração de força com Teerão e Washington a prometerem retaliações. 

Este clima de conflito entre duas potências nucleares - o Irão já anunciou que vai abandonar os compromissos do acordo nuclear de 2015 - está a ter um impacto no sentimento dos investidores. Anteriormente, a melhoria das relações comerciais entre os EUA e a China assim como a introdução de estímulos por parte do banco central chinês tinham animado os mercados acionistas.

"Os investidores continuarão a ter uma postura vigilante em relação aos desenvolvimentos no Médio Oriente", antecipavam os analistas do BPI no comentário de bolsa desta segunda-feira, 6 de janeiro. O Stoxx 600, o índice europeu que agrega as 600 principais cotadas europeias, segue a descer 1,21% para os 413,26 pontos, negociando em mínimos de duas semanas. Esta é a maior queda do índice, em comparação com as variações de fecho, de há um mês.

Também em Lisboa a bolsa está em queda. O PSI-20 cede 0,99% para os 5.189,92 pontos com a maior parte das cotadas a cair, com a exceção da Galp Energia que está em máximos de outubro de 2018.

Juros portugueses em mínimos de novembro
Ainda na passada quinta-feira, 2 de janeiro, na primeira sessão do ano, os juros portugueses a dez anos no mercado secundário tinham tocado em máximos de julho do ano passado. Duas sessões depois, após fortes quedas, os juros portugueses estão em mínimos de novembro ao aliviarem 0,5 pontos base para os 0,349%. 

Esta inversão deveu-se ao regresso dos investidores aos ativos de refúgio, nomeadamente à dívida pública europeia, incluindo a portuguesa. Esta tendência também é visível nos juros alemães a dez anos: há meses que não negociavam tão perto de 0%, mas estão agora a negociar nos -0,3% ao deslizarem 1,6 pontos base.

Esta redução dos juros no mercado secundário de obrigações soberanas acontece numa altura em que os países vão com frequência ao mercado endividar-se. As agências que gerem a dívida pública, incluindo o IGCP, aproveitam o primeiro mês do ano para fazer emissões sindicadas. Será o caso de Portugal, Irlanda e Bélgica, às quais se somam as emissões regulares na Alemanha, Áustria, Espanha e França. 

Iene e franco suíço beneficiam da tensão militar
A divisa japonesa e a divisa suíça, ambas vistas como ativos de refúgio, estão a beneficiar da tensão militar entre os EUA e o Irão. O iene já tocou em máximos de três meses e só não valoriza mais porque, segundo a Bloomberg, as taxas de juro baixas no Japão leva os investidores japoneses a investir nas obrigações norte-americanas dado o rendimento superior. 

O euro está a valorizar 0,17% para os 1,118 dólares. 

Petróleo toca nos 70 dólares em Londres
O "ouro negro" prolonga os ganhos significativos da passada sexta-feira, tendo já negociado acima dos 70 dólares nesta segunda-feira. É também a escalada de tensão entre os EUA e o Irão - um importante produtor de petróleo - que está a provocar esta subida. 

Durante o fim de semana, a administração norte-americana afirmou que há um "risco acrescido" de ataques de mísseis perto das instalações da Saudi Aramco, a produtora de petróleo estatal da Arábia Saudita. A última vez que o petróleo negociou nestes níveis foi exatamente quando em setembro as instalações da Saudi Aramco foram ataques. 

A ameaça de sanções dos EUA contra o Iraque, o segundo maior produtor da OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), também está a influenciar a cotação do barril. Isto depois de o Parlamento iraquiano ter votado para expulsar as tropas norte-americanas que estão no seu território.

Neste momento, o WTI, negociado em Nova Iorque, valoriza 1,89% para os 64,24 dólares por barril, ao passo que o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, avança 2,19% para 70,1 dólares por barril. 

Ouro em máximos de seis anos
O metal precioso continua a valorizar, atingindo o nível mais elevado em mais de seis anos. É também a tensão no Médio Oriente que está a beneficiar a procura por ativos de refúgio. Segundo a Bloomberg, os analistas da Goldman Sachs consideram que o ouro é mais "eficaz" para os investidores protegerem-se do confronto do que o petróleo. 

O ouro está assim a negociar perto dos 1.600 dólares: sobe 1,46% para os 1.574,84 dólares por onça, negociando em máximos de abril de 2013. O metal precioso está com uma dinâmica "forte" no início do ano, segundo o analista Gavin Wendt da MineLife Pty, citado pela Bloomberg, argumentando que "é fácil de perceber" a procura por ouro dada a incerteza nas relações comerciais dos EUA com a China assim como com o Irão.
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