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Abertura dos mercados: Coronavírus volta a castigar bolsas e petróleo. Libra cai com possível corte de juros

A propagação do coronavírus volta a afastar os investidores dos ativos de maior risco, o que está a penalizar as bolsas e o petróleo e a beneficiar as obrigações e o ouro. A possibilidade de o Banco de Inglaterra cortar os juros está a penalizar a libra.

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Os mercados em números
PSI-20 subiu 1,24% para os 5.243,32 pontos
Stoxx 600 valorizou 0,84% para os 417,56 pontos
Nikkei desceu 1,72% para os 22.977,75 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 3,1 pontos base para os 0,33%
Euro valoriza 0,05% para os 1,1015 dólares
Petróleo em Londres desce 1,57% para 58,87 dólares por barril

Bolsas europeias voltam a apresentar sintomas do coronavírus
Após as fortes quedas de segunda-feira, os índices bolsistas estiveram a recuperar nas duas últimas sessões a par da divulgação dos resultados das cotadas, mas esta quinta-feira, 30 de janeiro, voltam a sofrer das preocupações relacionadas com a coronavírus chinês e o seu impacto económico, particularmente na China onde muitas empresas fecharam fábricas, lojas ou outras operações num esforço para conter a propagação do vírus.

O Sotxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a descer 0,78% para os 416,12 pontos, em linha com a maioria das praças europeias que perde entre 0,5% e 1%. O PSI-20 desce 0,24% para os 5.246,63 pontos com a subida da EDP a travar maiores perdas na bolsa lisboeta. As perdas estão a ser lideradas pelo setor bancário e tecnológico, mas todos os 19 setores negoceiam no vermelho.

"O agravamento da situação deverá espelhar-se mais nas ações mais sensíveis à economia internacional", antecipavam os analistas do BPI no comentário de bolsa, dada a "elevada sensibilidade dos mercados asiáticos à difusão do surto do coronavírus" que "deverá alastrar-se à Europa". O índice japonês, o Nikkei, caiu 1,72%.

A sessão está também a ser influenciada pela divulgação de resultados das cotadas europeias. As ações do Deutsche Bank estão a cair ligeiramente após o banco alemão ter anunciado prejuízos maiores do que o esperado no quarto trimestre (1,5 mil milhões de euros face à estimativa do mercado de 1,04 mil milhões de euros). Apesar disso, alguns sinais positivos nas contas sobre o futuro estão a travar as perdas.

O setor tecnológico também está a ceder nesta sessão após a Samsung ter divulgado uma queda de 38% dos lucros por causa da descida dos preços dos chips de memória. Em reação, cotadas como a holandesa ASMI, a alemã Infineon, a STMicro e a britânica Dialog Semi estão a cair mais de 2%.

Por outro lado, as ações da sueca H&M estão a subir mais de 10% depois de a empresa ter anunciado lucros acima do esperado e a mudança do chairman. Esta é a maior subida da cotada desde junho e os títulos negociam em máximos de 2017.

Investidores refugiam-se nas obrigações. Juros descem
Os juros associados às obrigações soberanas no mercado secundário estão a descer novamente com os receios dos investidores em relação ao coronavírus chinês a levar ao aumento da procura por ativos de refúgio.

A yield das obrigações portuguesa a dez anos está a descer 1,4 pontos base para os 0,288%, negociando abaixo dos 0,3% pela primeira vez desde o início de novembro. 

Já os juros gregos no mesmo prazo descem dois pontos base para os 1,137%, um novo mínimo histórico, e os juros alemães aliviam 1,8 pontos base para os -0,396%, o valor mais baixo desde 31 de outubro.

Libra desce pela sexta sessão com possível corte de juros 

A possibilidade de o Banco de Inglaterra avançar já com uma redução da taxa de referência continua a pressionar a libra, que está hoje a perder terreno pela sexta sessão seguida face à moeda norte-americana. A moeda britânica perde 0,25% para 1,2588 dólares e desce 0,3% para 1,1790 euros. O Banco de Inglaterra tem hoje a sua reunião de política monetária e o mercado está a atribuir uma probabilidade de 45% a um corte de 25 pontos base na taxa de referência, refere a Bloomberg.

No mercado cambial nota ainda para a meda chinesa, com o dólar a superar os 7 yuans pela primeira vez este ano devido à propagação do coronavírus. No par do euro face ao dólar a moeda europeia ganha vantagem com uma valorização de 0,05% para 1,1015 dólares.


Aumento dos stocks penaliza petróleo

As cotações do petróleo descem mais de 1% com a matéria-prima a ser penalizada pelo aumento dos stocks nos Estados Unidos, o que aliado ao efeito do coronavírus na China agrava os receios com um excesso de oferta no mercado.

Dados do governo norte-americano mostram que as reservas de petróleo no país aumentaram em 3,5 milhões de barris na semana passada, o que representa a subida mais forte em três meses.


O WTI em Nova Iorque desvaloriza 1,56% para 52,50 dólares por barril. Em Londres o Brent cede 1,57% para 58,87 dólares.

Perante o impacto do coronavírus e a descida das cotações, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está a pensar antecipar uma reunião que tinha inicialmente agendada para março, anunciou ontem o ministro argelino da Energia, Mohamed Arkab.

Ouro avança pela segunda sessão após Fed

O ouro continua a beneficiar do estatuto de ativo refúgio para os investidores se protegerem dos efeitos da propagação do coronavírus e esta quinta-feira está também a tirar partido da reunião da Reserva Federal. o banco central decidiu unanimemente manter os juros diretores no intervalo entre 1,5% e 1,75%, patamar que tinha sido atingido em outubro com o terceiro corte de juros consecutivo. 

O ouro está a ganhar 0,29% para 1.581,38 dólares a onça no mercado à vista em Londres.

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