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Abertura dos mercados: Chuva de máximos nas bolsas mundiais. Juros e euro em queda
As principais bolsas europeias estão em forte alta esta manhã, com o alemão DAX em máximos de sempre. Também em Lisboa predomina o optimismo bolsista. Já os juros e o euro seguem em queda, enquanto o petróleo e o ouro valorizam.
Os mercados em números
Stoxx600 ganha 0,33% para 403,44 pontos
Nikkei cresceu 1,29% para 24.124,15 pontos
"Yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos descem 6 pontos base para 1,87%
Euro cai 0,18% para 1,2239 dólares
Petróleo sobe 0,35% para 69,27 dólares por barril em Londres
Máximos nas bolsas desde Wall Street à Ásia
Os mercados accionistas estão a prolongar o forte arranque do ano, com vários dos principais índices a marcarem máximos (históricos ou de vários anos). Ontem, Wall Street encerrou em máximos históricos depois do acordo no Senado nos Estados Unidos para acabar com a paralisação parcial do governo federal. O sentimento positivo também se justifica com as previsões animadoras do FMI para a economia mundial, que deverá crescer ao ritmo mais elevado desde 2010, bem como com os resultados positivos, relativos ao quarto trimestre, que as cotadas têm vindo a reportar.
Na Ásia o MSCI Asia Pacific negociou no valor mais elevado de sempre e na Europa o Stoxx 600 soma 0,33% para 403,44 pontos, o que corresponde ao valor mais elevado desde Agosto de 2015. O alemão DAX atingiu um novo máximo histórico e em França o CAC está a negociar no nível mais elevado desde 2007. O MSCI All-Coutry, que agrupa as principais cotadas mundiais, também está a negociar em máximos de sempre.
A bolsa de Lisboa está a acompanhar este sentimento positivo, com o PSI-20 a valorizar 0,46% para 5.770,98 pontos, tendo atingido um máximo de Agosto de 2015. O BCP é o principal responsável por este desempenho, com as acções do banco liderado por Nuno Amado a fixarem um novo máximo desde Junho de 2016, ainda em reacção à nota de "research" publicada ontem onde o JPMorgan elevou a sua avaliação das acções do BCP para 0,35 euros. As acções sobem 1,22% para 32,38 cêntimos, depois de ontem terem fechado o dia a ganhar mais de 5%.
Juros dos periféricos em queda
O optimismo dos investidores também se reflecte no mercado de dívida, com as "yields" da dívida soberana em queda, com particular incidência nos periféricos. Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos cedem 6 pontos base para 1,87%, depois de ontem o ministro das Finanças Mário Centeno ter adiantado que Portugal vai efectuar mais um reembolso de 800 milhões de euros ao FMI.
No dia em que Espanha realiza uma emissão sindicada de dívida a 10 anos, os juros espanhóis caem 4 pontos base, enquanto em Itália a descida é da mesma dimensão.
A "yield" das bunds alemãs está a cair 2,3 pontos base para 0,544%, pelo que o "spread" da dívida portuguesa está a estreitar-se para 132,6 pontos base.
Dólar aprecia com solução para impedir "shutdown"
O euro está a desvalorizar contra o dólar, recuando 0,18% para 1,2239 dólares. Já a divisa norte-americana segue a apreciar face a um cabaz que integra as principais moedas mundiais.
A contribuir para a valorização do dólar está o acordo obtido pela câmara alta do Congresso dos Estados Unidos que ontem aprovou um financiamento de curto prazo para o governo federal. Se este financiamento for aprovado pela Câmara dos Representantes – como é expectável – o governo federal poderá retomar os serviços não essenciais entretanto paralisados.
Crude sobe com perspectiva de diminuição das reservas americanas
O preço do petróleo está em alta nos mercados internacionais pelo segundo dia seguido. Em Londres, o Brent do Mar do Norte, utilizado como valor de referência para as importações nacionais, segue a somar 0,35% para 69,27 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), que é transaccionado em Nova Iorque, está a subir 0,47% para 63,87 dólares.
A valorização do crude acontece numa altura em que se estima que amanhã (24 de Janeiro), o governo dos Estados Unidos anuncie uma redução das reservas petrolíferas do país. A Bloomberg escreve que as projecções apontam para que os dados do governo mostrem que na semana passada as reservas americanas tenham caído pela décima semana consecutiva. Esta sequência iguala o mais longo ciclo de quedas semanais desde 1982.
Esta estimativa é registada apesar de se perspectivar que em 2018 os Estados Unidos aumentem a respectiva produção petrolífera, tirando especialmente partido do projectado reforço da exploração petrolífera do xisto betuminoso.
Ouro aprecia com manutenção dos estímulos pelo Banco do Japão
O metal precioso está a valorizar pela quarta sessão consecutiva, estando nesta altura a apreciar 0,24% para 1.337,10 dólares por onça.
A matéria-prima beneficia da manutenção das políticas de estímulo económico anunciada pelo Banco do Japão. O governador do banco central nipónico, Haruhiko Kuroda, disse que o crescimento alcançado ainda não é suficientemente robusto para iniciar a normalização da política monetária no país.
Por outro lado, a moderar uma maior subida do ouro está o acordo alcançado no Senado do Congresso dos Estados Unidos que permite ultrapassar a paralisação dos serviços não essenciais do governo federal americano.