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Abertura dos mercados: Águas paradas nos mercados. Bolsas europeias sobem e euro tropeça

Após as decisões do BCE e as palavras de Draghi, os mercados estão com dificuldade em seguir um rumo. Sem grandes mexidas, os investidores aguardam agora a reunião da Fed da próxima semana.

Reuters
26 de Julho de 2019 às 09:35
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Os mercados em números

PSI-20 tropeça 0,13% para os 5.174,69 pontos

Stoxx 600 sobe 0,05% para os 389,69 pontos

Nikkei desvalorizou 0,45% para 21.658,15 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,1 pontos base para os 0,422%

Euro perde 0,11% para 1,1135 dólares

Petróleo em Londres desce -0,05% para 63,36 dólares o barril

Bolsas digerem Draghi e aguardam Powell
As bolsas europeias negoceiam em baixa no arranque desta sexta-feira, 26 de julho, prolongando as quedas da sessão anterior. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, segue a valorizar 0,05% para os 389,69 pontos, caminhando para um saldo semanal positivo de 0,72%. O setor da banca penaliza o Stoxx 600 ao passo que o setor das telecomunicações está a valorizar mais de 1% numa altura em que as ações da Vodafone sobem mais de 7% após a apresentação de resultados

Em causa estão as palavras do presidente do Banco Central Europeu (BCE) na conferência de imprensa de ontem após a reunião de política monetária. Draghi disse que não há risco de recessão, que não houve unanimidade no conselho de governadores sobre tudo e que não  se discutiu uma descida dos juros na reunião. Estes três fatores levaram à queda das bolsas.

"Quando o sentimento dos investidores é positivo (ou mesmo muito positivo) e os índices acionistas negoceiam perto dos máximos (anuais ara os europeus e históricos para os americanos), as bolsas tornam-se bastante permeáveis a notícias negativas ou simplesmente a qualquer notícia ou evento que não corresponda na íntegra às suas expetativas otimistas", argumentam os analistas do BPI em relação à volatilidade vivida na sessão de ontem.

Anteriormente, tendo apenas como base os ajustes feitos no comunicado do banco central, as bolsas estiveram a subir dada a perspetiva de que em setembro haja uma redução dos juros e nos meses seguintes seja retomado o programa de compra de ativos. 

As atenções passam agora a estar focadas na reunião da próxima semana da Fed.

Em Lisboa, o PSI-20 segue em baixa após a divulgação de resultados de várias cotadas relativos ao primeiro semestre, contrariando a tendência europeia. A bolsa nacional desce 0,13% para os 5.174,69 pontos penalizada pela queda superior a 1,5% do BCP.

Após volatilidade, águas paradas nos juros
Não há grandes mexidas nos juros soberanos na Zona Euro esta sexta-feira, 26 de julho. Ontem, após a divulgação do comunicado do BCE, os juros baixaram para um novo mínimo histórico, por exemplo, na Alemanha, país cuja "yield" a dez anos baixou para os -0,41%, abaixo da taxa de juro (-0,4%) dos depósitos cobrada pelo BCE aos bancos europeus. Contudo, durante a conferência de imprensa de Draghi, os juros inverteram, afastando-se dos mínimos históricos. 

No caso de Portugal, os juros estão a subir 0,1 pontos base para os 0,422%, após uma subida também ligeira na sessão anterior. Na Alemanha, os juros a dez anos estão a descer 0,9 pontos base para os -0,373%. 

Euro em mínimos de maio
Apesar de ter dito que não se discutiu na reunião de ontem uma descida dos juros, Mario Draghi começou a preparar os mercados para uma descida em setembro. O conselho de governadores do BCE decidiu ontem começar o estudo de medidas mitigadoras dessa descida para a rentabilidade dos bancos, o que sinaliza que o corte dos juros está para breve.

É a perspetiva de que o custo de financiamento em euros vai ficar mais barato que pressionou a divisa nas últimas sessões em antecipação da reunião do BCE. Contudo, ontem registou uma ligeira subida. Hoje volta a cair com uma desvalorização de 0,11% para os 1,1135 dólares, atingindo um mínimo de maio, considerando apenas as cotações de fecho. Ontem na negociação intradiária o euro atingiu um mínimo superior a dois anos face ao dólar.

Petróleo a caminho de subida semanal
O petróleo está a caminho de uma subida numa semana marcada pela redução das reservas de crude nos Estados Unidos e pelo contínuo receio de que a oferta de petróleo através do Médio Oriente seja afetada pelas tensões no Irão.

Apesar da subida semanal, o petróleo continua a perder no conjunto do mês de julho. Para já, o receio de que a travagem económica significa menos procura por petróleo está a sobrepor-se aos outros efeitos que levam o barril a subir. 

É o caso das reservas de petróleo em território norte-americano que estão em queda há seis semanas consecutivas, o maior ciclo de redução de stocks desde janeiro de 2018, segundo a Bloomberg. A produção norte-americana também registou a maior queda desde outubro de 2017 por causa das tempestades tropicais que afetaram a zona do Golfo do México. 

De acordo com a CNN, na quarta-feira o Irão testou um míssil balístico de médio alcance, o que contribui para o escalar das tensões. Os Governos europeus estão a preparar uma missão naval para garantir a segurança dos navios que passem na regiões do Golfo Pérsivo, após um navio britânico ter sido intercetado pelas forças iranianas na semana passada. 

"Progresso nas negociações do conflito comercial entre EUA e a China podem ajudar a impulsionar o sentimento nos mercados de petróleo", refere John Driscoll, analista da JTD Energy Services, à Bloomberg.

Neste momento, o WTI, negociado em Nova Iorque, valoriza 0,21% para os 56,14 dólares ao passo que o Brent, negociado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, desvaloriza 0,05% para os 63,36 dólares. 

Ouro recupera de forte queda
O metal precioso está a caminho da primeira queda semanal em três semanas. Os investidores estão a pesar na balança os dados económicos forte nos EUA com a possibilidade da Reserva Federal norte-americana baixar os juros diretores na reunião da próxima semana. 

Em causa estão os dados revelados esta quinta-feira pelo Departamento do Comércio de que as encomendas das fábricas norte-americanas de equipamentos registaram o maior aumento em mais de um ano. Além disso, as entregas também subiram de forma inesperada, segundo a Bloomberg. 

Já os dados do mercado de trabalho divulgados pelo Departamento do Trabalho revelaram que os subsídios de desemprego baixaram na semana passada para um mínimo de três meses.  

Apesar desses sinais, o ouro deverá continuar a beneficiar nas próximas semanas da adaptação dos bancos centrais ao ambiente de desaceleração económica. Tanto o BCE como a Fed preparam-se para baixar juros.

Após a forte queda de ontem, ouro segue a valorizar 0,22% para os 1.417,74 dólares por onça. 

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