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Abertura dos mercados: Itália causa mossa nos mercados: juros sobem, bolsas e euro descem

A tensão política em Itália chegou a um ponto determinante com a aprovação das metas orçamentais. As notícias das divisões estão a assustar os mercados.

Reuters
Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 27 de Setembro de 2018 às 09:19
Os mercados em números
PSI-20 desvaloriza 0,32% para 5.372,74 pontos
Stoxx 600 desce 0,5% para 383,05 pontos
Nikkei caiu 0,99% para 23.796,74 pontos
Yield a 10 anos de Portugal sobe 0,8 pontos base para 1,906%
Euro recua 0,3% para 1,1705 dólares
Petróleo, em Londres, sobe 1,07% para 82,21 dólares por barril

Bolsas europeias no vermelho. Itália tropeça
A queda das bolsas asiáticas está a alastrar-se também à abertura na Europa. As bolsas europeias iniciaram a sessão em terreno negativo com o aumento da tensão em Itália. Nas últimas semanas têm sido muitas as notícias que dão conta da divisão dentro do Governo sobre o défice para o Orçamento do Estado para 2019.

Mas essas divisões intensificam-se com o aproximar do prazo para apresentar as metas orçamentais. Esta quinta-feira, dia 27 de Setembro, a imprensa italiana adianta que a reunião marcada para hoje para aprovar o cenário macroeconómico poderá ser adiada. Além disso, surgiu a notícia de que o ministro das Finanças, Giovanni Tria, terá ameaçado demitir-se.

O caos político parece ter regressado a Roma, o que está a deixar os investidores nervosos. E isto, depois de ontem a Reserva Federal (Fed) dos EUA ter elevado a taxa de juro, tal como esperado, e de ter aumentado a expectativa de que em Dezembro haverá um novo aumento. As previsões para os próximos meses, apontam para que a política de aumentos progressivos do preço do dinheiro deverá continuar, prevendo-se que a autoridade monetária dos EUA suba mais cinco vezes os juros até 2020.

Neste momento, o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a ser penalizado pelo sector bancário - onde se destacam os bancos italianos, sensíveis à flutuação dos juros da dívida transalpina -, deslizando 0,5% para os 383,05 pontos. O mesmo acontece nas principais praças europeias, nomeadamente no PSI-20 que cai pela segunda vez. A bolsa nacional desvaloriza 0,32% para os 5.372,74 pontos. Mas a bolsa que mais tropeça é a italiana ao registar uma queda de 1,89%.

Juros italianos aproximam-se dos 3%
A tensão em Itália está a causar estragos também no mercado secundário da dívida. Os juros da dívida italiana a dez anos estão a subir 10 pontos base para os 2,96%, aproximando-se novamente da barreira psicológica dos 3%. Os juros portugueses no mesmo prazo também estão a subir, mas pouco: a subida é de 0,8 pontos base para os 1,906%.

Os investidores preferem neste momento dívida de menor risco, como é o caso da alemã que está a cair 4,3 pontos base para os 0,483%.

Euro em mínimos de uma semana
O aumento da distância entre os juros dos EUA e da Zona Euro está a penalizar a divisa europeia. Tal deve-se à decisão de ontem da Fed de aumentar os juros pela terceira vez este ano, sinalizando ainda mais subidas nos próximos meses, o que está a impulsionar o dólar.

Mas há outro efeito, para além da normalização da política monetária nos Estados Unidos. A instabilidade em Itália também traz mais riscos para a Zona Euro, o que está a prejudicar a divisa europeia.

O euro desvaloriza 0,3% para os 1,1705 dólares, negociando em mínimos de uma semana.

Petróleo sobe 1%
As cotações do "ouro negro" estiveram ontem a negociar em baixa, devido sobretudo ao aumento inesperado das reservas norte-americanas de crude na semana passada – quando se esperava uma diminuição. Tratou-se do primeiro aumento dos inventários desde inícios de Agosto.

Porém, este efeito já se terá dissipado dos mercados. A cotação do barril, em Londres, recupera novamente, subindo 1,07% para os 82,21 dólares. Tal acontece também depois dos Estados Unidos terem excluído a hipótese de libertar as reservas de emergência de crude para fazer face à queda da oferta por causa das sanções que aplicou ao Irão.

Em Nova Iorque, o petróleo sobe 1,29% para os 72,49 dólares.

Cobre desce há quatro sessões
Os metais, incluindo o cobre, registam quedas há quatro sessões depois do sector ter apresentado lucros abaixo das expectativas na China, segundo a Bloomberg. Além disso, a subida do dólar está também a penalizar os metais. O cobro desvaloriza 1% para os 6.221 dólares por tonelada.
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