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Produção de petróleo da OPEP aumentou para máximos de quatro anos

A Agência Internacional de Energia contabiliza um aumento da produção em Março nos países da OPEP para máximos de quatro anos, que contrasta com o abrandamento no crescimento nos países da OCDE. A procura também aumentou.

Bloomberg
15 de Abril de 2015 às 12:13
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aumentou a produção para um máximo de quase quatro anos, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE). A produção do cartel aumentou de 890 mil barris por dia para 31,02 milhões de barris, em Março. É o maior aumento mensal desde Junho de 2011, escreve a agência no relatório mensal publicado esta quarta-feira. Este aumento de produção levou a AIE a rever o crescimento da oferta mundial em 1 milhão de barris por dia, para 95,2 milhões de barris por dia, em Março.

 

A Arábia Saudita, Iraque e Líbia são os países que mais contribuíram para este aumento. "Os principais produtores de petróleo da OPEP – liderados pela Arábia Saudita – parecem manter a sua defesa da quota de mercado", diz a AIE no relatório. Em Novembro, a OPEP decidiu manter inalterados os níveis de produção, apesar da oferta excedentária, pressionando os países fora do cartel a diminuir a produção. A estratégia levou à queda dos preços do barril de petróleo em 45%, actualmente na casa dos 50 dólares. 

 

Pelo contrário, nos EUA e Canadá o crescimento deverá abrandar, estima a AIE, e a produção global nos países que não pertencem ao cartel deverá manter-se inalterada. A questão nestes países continua a ser os níveis de reservas: os inventários de matéria-prima subiram em Março nos países da OCDE, devido aos níveis recordes nos EUA. Isto apesar do factor sazonal - o Inverno propicia um consumo maior de energia - que deveria produzir o efeito contrário, assinala a AIE.

 

Procura aumenta

 

No último relatório, a AIE destacava uma tendência de aumento da procura, que iria reequilibrar os preços. Uma tendência que a agência continua a observar, com uma revisão em 90 mil barris por dia extra face à previsão do relatório anterior, reflectindo a recuperação da economia e o impacto do inverno rigoroso do primeiro trimestre. Contudo, a agência admite que é ainda muito para avaliar se este é um crescimento sustentado.

 

"Uma procura superior ao esperado no primeiro trimestre pode ser um sinal de recuperação mais rápida", escreve a AIE. "Mas pode igualmente ser um sinal de uma recuperação mais lenta, se os picos de aumento da procura provarem ser de curta duração e levarem a consumos mais fracos no futuro", afirma a agência no relatório.

 

O petróleo valoriza esta quarta-feira 1,3% nos mercados internacionais, pela quinta sessão consecutiva. Na terça-feira, o Irão anunciou ter pedido à OPEP que corte a produção e os EUA revelaram dados que indicam que a produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos deverá cair em Maio. Estes factores, associados ao aumento da procura estimada pela AIE, estão a impulsionar a negociação.

 

O barril de Brent, negociado em Londres, que serve de referência para a Europa, avança 1,30% para 59,19 dólares. O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 1,31% para 53,99 dólares. 

 

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