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Petróleo dispara mais de 3,5% antes da reunião da OPEP

A matéria-prima está a reagir com fortes subidas à descida das reservas nos Estados Unidos e às perspetivas de acordo entre as duas maiores economias do mundo, na véspera da reunião da OPEP que poderá decidir a extensão dos cortes na oferta.

Susana González
04 de Dezembro de 2019 às 16:23
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O petróleo, que já seguia em alta nos mercados internacionais, reforçou os ganhos esta quarta-feira, depois de ter sido anunciado que as reservas de crude dos Estados Unidos desceram mais do dobro do esperado na semana passada.

Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, valoriza 3,60% para 58,12 dólares, naquela que é já a terceira sessão consecutiva de subidas, depois da quebra de 5% no final da semana passada.

Já o Brent, transacionado em Londres, soma 3,42% para 62,90 dólares, após cinco sessões consecutivas de perdas.

Esta evolução acontece depois de a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos ter revelado que os inventários de crude diminuíram em 4,86 milhões de barris na semana passada, quando as estimativas apontavam para uma quebra mais ligeira, de apenas 1,5 milhões.

No entanto, os dados vieram apenas reforçar os ganhos da matéria-prima, que já seguia animada pela perspetiva de um acordo entre os Estados Unidos e a China antes de 15 de dezembro e pelas declarações do ministro iraquiano do petróleo, que defendeu mais cortes na produção, na véspera da reunião da OPEP.

Depois dos relatos mais pessimistas dos últimos dias, esta quarta-feira a Bloomberg avançou que as duas maiores economias do mundo estão próximas de um acordo, o que, a confirmar-se, poderia evitar o aumento das tarifas norte-americanas sobre as importações chinesas previsto para 15 de dezembro.

A notícia deu esperanças renovadas aos investidores, que deixaram de lado os ativos de refúgio, o que está a beneficiar as ações e o petróleo.

Por outro lado, na véspera da reunião da OPEP, em Viena, o Iraque veio reforçar a necessidade de avançar com mais cortes na produção, o que também está a contribuir para a subida das cotações.

Esta quarta-feira, o ministro do Petróleo iraquiano Thamir Ghadhban, defendeu que o grupo deveria reduzir em mais 400 mil barris diários a oferta do cartel, elevando o corte total para 1,6 milhões de barris.

No entanto, não é certo que a Arábia Suadita, a maior produtora do grupo, apoie esta posição. À chegada a Viena, o ministro da Energia do reino, o príncipe Abdulaziz bin Salman, recusou fazer qualquer comentário sobre o tema, dizendo apenas que as perspetivas para o mercado são "radiantes" como o tempo.

Segundo o ministro do Petróleo de Omã, Mohammed Al Rumhi, o principal objetivo do grupo é acordar uma extensão do acordo existente para além de março, plano que reúne consenso entre os membros árabes do Golfo.

Já o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al Mazrouei, não confirmou que propostas serão discutidas nos dias 5 e 6 de dezembro, enquanto o ministro do petróleo do Kuwait, Khaled Al-Fadhel, disse que não ouviu qualquer sugestão para um corte adicional de 400 mil barris por dia.

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