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Pequim cede ao pedido dos EUA para disponibilizar reservas estratégicas de petróleo
A administração de Xi Jinping aceitou a proposta da Casa Branca de disponibilizar mais reservas do "ouro negro", durante as férias do Ano Novo Lunar. O objetivo é ampliar a oferta de forma a reduzir o preço do barril.
Pequim vai libertar mais "stocks" estratégicos de petróleo, durante o período de férias, por ocasião do Ano Novo Lunar, que arrancam no dia 1 de fevereiro e decorre até ao dia seis do mesmo mês, avançaram duas fontes próximas do assunto à Reuters. O gesto faz parte de um plano liderado pelos EUA, que visa reduzir o preço do "ouro negro", influenciando as velhas regras da oferta e da procura.
Segundo a agência britânica, o acordo foi alcançado no final de dezembro entre Washington e Pequim, depois de um longo período de negociações que se iniciou em novembro.
Joe Biden e os seus principais assessores discutiram a possibilidade de uma libertação coordenada de stocks estratégicos com o Japão, Coreia do Sul e Índia e China.
O governo chinês comprometeu-se a "libertar 'stocks', mas não avançou com quantidades concretas, fazendo depender esse número da evolução dos preços", acrescentaram as mesmas fontes.
A decisão dependerá se o barril de petróleo estiver acima dos 85 dólares ou perto dos 75 dólares. Quanto maior o disparo no preço mas "stocks" serão disponibilizados por Xi Jinping.
Nas últimas semanas, a administração norte americana vendeu algumas das suas reservas, de forma a aliviar o preço do "ouro negro", uma posição seguida pelo Japão e pela Coreia do Sul.
Em setembro, a China, que faz questão de manter em absoluto segredo os detalhes sobre as suas reservas estatais de petróleo, realizou o primeiro leilão de reservas, ao vender 7,4 milhões de barris, o que representa cerca de meio dia de consumo do país.
Por outro lado, em novembro, a Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas disse que estava a "trabalhar por disponibilizar mais reservas de forma a atenuar a cotação do barril de petróleo".
As crises na Líbia e no Cazaquistão motivaram uma queda na oferta, como não era visto desde 2018, levando tanto o barril de petróleo a superar os 80 dólares o barril.
Esta quinta-feira, o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em fevereiro avança 0,16% para 82,25 dólares por barril. Já o contrato de fevereiro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, sobe 0,41% para 84,22 dólares.