Notícia
Índia reduz para mínimos de 22 anos crude importado à OPEP por comprar mais barato à Rússia
No passado, a Índia não comprava muito petróleo à Rússia devido aos elevados custos de transporte, mas é agora a principal cliente do crude russo entregue via marítima
A quota das importações de crude pela Índia junto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) caiu ao ritmo mais rápido de sempre no ano fiscal de 2022/23, para mínimos de pelo menos 22 anos, devido à maior compra desta matéria-prima à Rússia, a preços mais baratos. Os dados, citados pela Reuters, são de fontes do setor – e essa quota poderá descer ainda mais este ano.
Os membros da OPEP, que são sobretudo do Médio Oriente e África, viram a quota de mercado que têm na Índia diminuir para 59% no ano fiscal terminado em março de 2023, contra 72% em 2021/22, refere a análise da Reuters feita aos dados disponíveis desde 2001/02.
A Rússia – que faz parte da OPEP+ (os 13 membros do cartel mais os seus 10 aliados no acordo de produção que vigora desde janeiro de 2017) – destronou assim o Iraque pela primeira vez, surgindo como o principal fornecedor de crude à Índia e colocando a Arábia Saudita na terceira posição.
No passado, a Índia não comprava muito petróleo à Rússia devido aos elevados custos de transporte, mas é agora a principal cliente do crude russo entregue via marítima – e que está interdito às nações ocidentais depois de ter entrado em vigor, a 5 de dezembro de 2022, um boicote nesse sentido, no contexto das sanções a Moscovo impostas pelos membros da UE, G7 e Austrália devido à invasão da Ucrânia em fevereiro do ano passado.
Segundo a Reuters, a decisão da OPEP+ de cortar a sua oferta de crude em maio poderá encolher ainda mais a quota de importação da Índia, que é atualmente o terceiro maior importador mundial de "ouro negro".