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Índia desvaloriza potencial veto da UE sobre venda de petróleo russo

A Índia rejeita as acusações do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, de estar a "revender" petróleo russo e diz que se rege pelas próprias regras do bloco dos 27.

Reuters
17 de Maio de 2023 às 13:30
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A Índia desvaloriza um potencial veto às importações de produtos indianos refinados de petróleo por parte da União Europeia (UE) argumentando que "trata" o crude russo e o vende como produto transformado, o que torna a sua venda legal ao abrigo das próprias regras do bloco.

"O meu entendimento dos regulamentos do Conselho Europeu é o de que se o crude russo for substancialmente transformado num país terceiro então deixa de ser considerado como russo", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, citado pelo The Times of India, numa referência designadamente ao regulamento da UE que impõe medidas restritivas tendo em conta as ações desestabilizadoras da Rússia na Ucrânia, datado de 31 de julho de 2014.

Esta foi a reação de Nova Deli depois de o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ter afirmado que a Índia estava a "revender" petróleo russo, contornando as sanções impostas pelo Ocidente. "Se gasóleo ou gasolina está a entrar na Europa vindo da Índia e foi produzido a partir de petróleo russo isso constitui certamente uma evasão das sanções e os Estados-membros têm de tomar medidas", afirmou, em entrevista ao jornal Financial Times, defendendo sanções para esses produtos.

Nova Deli sustenta que as suas operações são completamente legais, na medida em que, por um lado, está a comprar petróleo muito abaixo do tecto de 60 dólares por barril imposto pelo G7 e, por outro, o produto que sai da Índia pouco ou nada tem já que ver com o crude russo, dado que foi sujeito a um processo de refinamento, o que o alterou completamente, pelo que entende estar a cumprir com as sanções impostas pelo Ocidente na sequência da guerra na Ucrânia.

A Rússia aumentou em 22 vezes as exportações de crude para a Índia no ano passado, de acordo com dados revelados, em março, por Moscovo.

Assim, para o ministro indiano, se a UE quer considerar como ilegal o gasóleo e a gasolina que a Índia produz primeiro deve mudar as próprias sanções que impôs aos produtos russos.

Subrahmanyam Jaishankar falava numa conferência de imprensa após a primeira reunião do Conselho de Comércio e Tecnologia entre a UE e a Índia, em Bruxelas.

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