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EUA vão libertar um milhão de barris de crude por dia durante seis meses. Preços afundam

Joe Biden vai anunciar formalmente, ainda esta quinta-feira, o recurso a 180 milhões de barris ao longo dos próximos seis meses, a partir das reservas estratégicas dos EUA. Será a maior libertação de sempre das reservas estratégicas.

Kevin Lamarque / Reuters
31 de Março de 2022 às 16:31
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O presidente norte-americano, Joe Biden, vai anunciar ainda hoje que os Estados Unidos vão recorrer uma vez mais às suas reservas estratégicas de petróleo e libertar um milhão de barris por dia durante seis meses, num novo esforço para conter a subida dos preços do "ouro negro", referiu a Casa Branca, citada pelo Financial Times.

 

Os preços dos combustíveis têm estado sob forte pressão também do outro lado do Atlântico, com impacto material na inflação, e este recurso às reservas estratégicas permitirá algum alívio – os EUA consomem cerca de 20 milhões de barris por dia, o que representa um quinto da procura mundial.

 

Espera-se então que a Biden anuncie formalmente, ainda hoje, a libertação total de 180 milhões de barris em seis meses, mantendo também a ideia de uma cooperação com outros países para que façam o mesmo com o crude que têm armazenado.

 

Em novembro passado, com o consumo mundial a aumentar e os produtores com dificuldades em acelerar a extração, seis países – EUA, Japão, China, Coreia do Sul, Índia e Reino Unido – decidiram recorrer em simultâneo às suas reservas estratégicas para tentarem conter a escalada dos preços do crude.

 

No âmbito das deliberações da Casa Branca, dentro desse esforço concertado com os referidos cinco países, os EUA poderiam libertar 50 milhões de barris de crude das suas reservas estratégicas. Entretanto, os Estados Unidos já recorreram novamente a este petróleo extra – e com o anúncio de hoje será assim a terceira vez que o fazem nos últimos meses.

Há já algumas semanas que se dizia que a Administração Biden estava a ponderar recorrer de novo às suas reservas petrolíferas de emergência para conter a renovada subida dos preços do crude devido ao escalar das tensões entre Moscovo e Kiev – e a consequente guerra, que teve início a 24 de fevereiro com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

 

Em novembro passado, por altura do anúncio da ação concertada de libertação de petróleo das reservas estratégicas, as cotações do crude rondavam os 82 dólares por barril em Londres e cerca de 78 dólares em Nova Iorque. Aquela iniciativa foi liderada pelos Estados Unidos depois de, no início desse mês, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) terem decidido manter o plano de colocar mensalmente no mercado mais 400.000 barris por dia.

 

Os países consumidores queriam que a OPEP+ abrisse ainda mais as torneiras, mas isso não aconteceu. E na reunião de hoje, o cartel e os seus 10 parceiros voltaram a preferir o status quo, pelo que em maio a libertação adicional de crude por parte deste grupo será de 432.000 barris por dia (os 32.000 barris extra dizem respeito a uma atualização da base a partir da qual se definem os plafonds para os vários países – a chamada "baseline").

 

Os preços do crude, recorde-se, negociaram em inícios deste mês no valor mais alto dos últimos 14 anos, com o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – a tocar nos 139,13 dólares, muito perto dos máximos históricos de 147,50 dólares atingidos a 11 de julho de 2008.

 

Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, rondou os 120 dólares, quando o seu recorde, também estabelecido a 11 de julho de 2008, está nos 147,27 dólares.

 

Na sessão de hoje, com este anúncio dos EUA, os preços seguem em forte queda nos mercados internacionais. O Brent perde 4,95% para 107,83 dólares e o WTI recua 4,78% para 102,67 dólares.

 

A Casa Branca referiu também, citada pelo The Los Angeles Times, que Biden irá apelar ao Congresso para impor multas às empresas de petróleo e gás que arrendem terrenos públicos mas não estejam a produzir energia.

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