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EUA voltam a recorrer a reservas estratégicas para baixar preço do petróleo

Desde o início de setembro de 2021, os Estados Unidos retiraram mais de 212 milhões de barris das reservas estratégicas. Nunca um presidente norte-americano recorreu a tais quantidades de petróleo desde a criação das reservas em 1975.

Lusa/EPA
19 de Outubro de 2022 às 08:38
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O Governo dos Estados Unidos (EUA) vai libertar mais 15 milhões de barris de petróleo das reservas estratégicas do país, numa tentativa de controlar os preços da energia.

A libertação, que será realizada em dezembro, é o último passo de um programa anunciado na primavera pelo Presidente norte-americano Joe Biden e que previa a injeção de um total de 180 milhões de barris para fazer face ao aumento dos preços, ligado à invasão da Ucrânia.

"O Presidente instruiu o Departamento de Energia a estar pronto para vender mais [petróleo das reservas] neste inverno, se necessário, devido à Rússia ou outras ações perturbadoras do mercado", disse um dirigente governamental aos jornalistas.

Questionado sobre a possibilidade de limitar ou suspender as exportações de petróleo, o dirigente garantiu que a administração Biden "mantém todas as ferramentas na mesa, tudo o que possa ajudar a garantir o abastecimento" do mercado norte-americano.

Ao mesmo tempo, Biden quer implantar um mecanismo de longo prazo para reabastecer, assim que o preço do barril cair para menos de 72 dólares (73 euros), as reservas estratégicas, que estão no nível mais baixo desde 1984.

Desde o início de setembro de 2021, os Estados Unidos retiraram mais de 212 milhões de barris das reservas estratégicas. Nunca um presidente norte-americano recorreu a tais quantidades de petróleo desde a criação das reservas em 1975.

A administração pretende negociar contratos de recompra a um preço previamente acordado, através de um processo de leilão, o que limitará os riscos associados à volatilidade dos preços, de acordo com o dirigente.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Jane, disse na terça-feira que Biden irá anunciar hoje oficialmente estas medidas, juntamente com mais iniciativas "para dar algum alívio ao povo americano".

Os preços da gasolina nos Estados Unidos subiram na semana passada depois da aliança OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e Rússia, ter reduzido a produção em 2 milhões de barris por dia, o maior corte na oferta de petróleo desde maio de 2020.

Embora tenha caído 22% desde o pico em meados de junho, o preço da gasolina nos Estados Unidos continua 16% acima do nível do mesmo período do ano passado.

Quanto ao diesel, o preço recuou ligeiramente desde junho, devido a reservas muito baixas, e custa em média mais 50% do que há um ano.
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