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OPEP+ ignora guerra e mantém aumento de produção de petróleo em maio

A OPEP e os seus aliados mantiveram-se fiéis ao plano já delineado e aprovaram o aumento da produção de petróleo em maio em 432 mil barris diários.

Com a revisão da “baseline”, vão entrar mais 32.000 barris/dia.
Sascha Steinbach/Epa
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) decidiram esta quinta-feira continuar a seguir o plano previsto de aumento da produção de petróleo, "ignorando" o impacto da guerra na Ucrânia na procura e preços da matéria-prima.

A decisão surge numa altura em que os Estados Unidos estão a ponderar colocar no mercado uma quantidade sem precedentes de crude das suas reservas de emergência para arrefecer a escalada dos preços. O presidente norte-americano, Joe Biden, admite libertar um milhão de barris diários de petróleo das reservas durante vários meses.

Numa reunião virtual que durou uns meros 12 minutos - a mais rápida de sempre - o cartel manteve a decisão de aumentar em maio a produção em 432 mil barris diários, indicaram delegados presentes na reunião à Bloomberg.

A decisão da OPEP+ já era esperada pelo mercado, que esta quinta-feira está a reagir à possível medida da Casa Branca, com o Brent a recuar 5,6%, para os 107,05 dólares por barril.

"Tal como definido em julho passado, a Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Iraque e Koweit terão bases de referência (‘baselines’) mais elevadas para a definição das suas quotas de produção, o que lhes permitirá colocar mais barris no mercado, resultando num aumento da oferta mensal da OPEP+ de 432.000 barris por dia, contra os 400.000 barris diários que vigoravam até aqui", comentou Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, numa análise a que o Negócios teve acesso.

 

"Segundo o que foi anunciado nos media, a OPEP+ está preocupada com a possibilidade de a guerra na Ucrânia poder fazer diminuir a procura por petróleo. No UBS achamos que a decisão foi também influenciada pelo facto de o governo norte-americano ir libertar grandes volumes de crude das suas reservas estratégicas e pelo facto de os países membros da OPEP+ desejarem permanecer unidos perante a pressão para expulsar a Rússia do grupo", acrescenta.

 

Além disso, diz ainda o analista do banco suíço, há que não esquecer que a capacidade adicional de produção da OPEP+ também está a diminuir.

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