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Preço do petróleo pode disparar em 2023 com a redução das exportações russas, avisa AIE

Com a procura mundial de petróleo a crescer mais do que o previsto em 2023 e perante a contração em 14% da produção russa, a Agência Internacional de Energia diz que os preços devem voltar a disparar no próximo ano.

Há vários fatores prontos a entrar em ação que poderão manter as cotações do “ouro negro” em alta.
Fabian Bimmer/Reuters
14 de Dezembro de 2022 às 11:33
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Os preços do petróleo podem disparar no próximo ano em resultado da menor oferta via Rússia (pelas sanções) e da expectativa de uma procura maior do que o esperado, avisou a Agência Internacional de Energia (AIE). 

A produção de petróleo pela Rússia - que contrariou as previsões anteriores que apontavam para um colapso este ano - está prestes a afundar 14% no final do primeiro trimestre deste ano, prevê a AIE. Se esta estimativa se concretizar, isto pode reverter a tendência atual nos futuros de petróleo, cujo preço recuou para 80 dólares por barril em Londres depois da pior queda semanal em quatro meses.

"Embora os preços mais baixos do petróleo sejam um alívio bem-vindo para consumidores prejudicados com o aumento da inflação, o impacto total dos embargos ao petróleo russo está por ver", disse a IEA.

"À medida que avançamos nos meses de inverno e em direção a um saldo de petróleo mais apertado no segundo trimestre, outra alta dos preços não pode ser descartada", avisa a agência internacional, sediada em Paris. 

Ao mesmo tempo, a AIE, que aconselha as maiores economias mundiais, reforçou as suas previsões para a procura global de petróleo em 2023 em 300.000 barris por dia, tendo em consideração também o crescimento económico vigoroso na Índia e a resiliência do crescimento económico na China. Assim, o consumo de petróleo deve crescer 1,7 milhões de barris por dia no próximo ano, totalizando uma média de 101,6 milhões por dia.

Ainda assim, este é um aviso mais brando do que as últimas mensagens da agência, que nas últimas semanas sublinhou o risco de um apertar da procura, apelando à OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para reverter os últimos cortes de produção. 

A AIE reconheceu que as exportações russas continuaram a crescer apesar das repetidas previsões de que o boicote internacional reduziria as suas vendas. Mas as exportações de petróleo de Moscovo atingiram um máximo de sete meses, em 8,1 milhões barris por dia em novembro, embora a receita tenha caído devido aos preços mais baixos, segundo o relatório. 

A produção russa deverá finalmente começar a apertar este mês, com as sanções da União Europeia pela invasão à Ucrânia. Assim, a produção vai cair dos níveis atuais de 11,2 milhões de barris por dia para 9,6 milhões de barris no primeiro trimestre. 

Ao mesmo tempo, o consumo de gasóleo nas economias emergentes sugere que a procura mundial de petróleo vai crescer a um ritmo mais elevado no próximo ano do que o previsto anteriormente, indica a AIE. 

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