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Combustíveis sobem com o ISP, baixam com a queda do petróleo
Os preços de venda dos combustíveis vão disparar com a entrada em vigor do aumento do ISP, mas a forte queda do petróleo travará o impacto no arranque da semana. A gasolina vai descer mais do que o diesel.
O Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) já aumentou. Desde esta sexta-feira que o Estado está a cobrar mais seis cêntimos em cada litro de combustíveis, apesar de as petrolíferas ainda não terem todas actualizado os valores de venda ao público. Deverão fazê-lo ainda durante o fim-de-semana, sendo que no arranque da semana os preços descem por causa da queda do petróleo. Há reduções até 2,5 cêntimos por litro.
A portaria que impõe o aumento de seis cêntimos no ISP, como tinha sido anunciado na proposta de Orçamento do Estado, já entrou em vigor. Foi publicada na quinta-feira, entrando em vigor esta sexta. As petrolíferas foram apanhadas de surpresa. "A portaria chegou-nos depois da meia-noite. Não houve aviso nenhum", diz António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas.
Este facto faz com que a subida do ISP ainda não esteja a ser repercutida nos preços de venda ao público, mas será com brevidade. De acordo com os cálculos do Negócios, tendo em conta o preço médio de venda actual, a gasolina deverá subir 7,4 cêntimos e o gasóleo aumentará em 7,5 cêntimos devido ao agravamento da fiscalidade, mas baixará no arranque da próxima semana fruto da queda do petróleo.
A matéria-prima afundou esta semana, reflectindo a manutenção da oferta no mercado. Ao mesmo tempo, o euro valorizou, acentuando a descida das cotações para o mercado português. Nos mercados, o preço médio da tonelada métrica da gasolina afundou 8,6%, já a do gasóleo regista uma queda de 5,2%, descidas que vão traduzir-se em reduções de 2,5 cêntimos na gasolina e 1,5 cêntimos no caso do diesel.
Estas descidas não serão, no entanto, suficientes para anular o impacto do aumento da fiscalidade, mas atenuam essa subida. Assim, tendo em conta o efeito do ISP e o comportamento dos mercados, para os consumidores, no arranque da próxima semana, a gasolina ficará cinco cêntimos mais cara do que actualmente, já o diesel custará mais cerca de seis cêntimos. Os preços médios actuais são de 1,254 e 0,985 euros, respectivamente. Podem passar para 1,304 e 1,045 euros.