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“Low cost” mas não tanto

O conceito "low-cost" chegou às comunicações móveis com a Uzo, Rede4, Vodafone Directo e, agora, o Phone-ix, operadoras que apostam sobretudo em duas ideias: economia e simplicidade. Mas cumprirão com estes desígnios? "Tudo é relativo"e nenhuma é tão bar

02 de Janeiro de 2008 às 13:16
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O conceito "low-cost" chegou às comunicações móveis com a Uzo, Rede4, Vodafone Directo e, agora, o Phone-ix, operadoras que apostam sobretudo em duas ideias: economia e simplicidade. Mas cumprirão com estes desígnios? "Tudo é relativo"e nenhuma é tão barata quanto diz.

Simples. Baratos. Práticos. É pelo menos o que dizem os anúncios. Mas tudo depende do ponto de vista. Se, por um lado, a estratégia comercial "obriga" a Uzo, por exemplo, a dizer que é "a mais barata do mercado", por outro, olhando para todos os tarifários, não se entende de onde vem esse título. E algo semelhante se pode dizer a respeito da Phone-ix, dos CTT.

Este operador entrou pelos olhos dos portugueses com os seus 4,92 cêntimos em grande plano, mas sem dar igual destaque ao pormenor de esse ser o valor para 30 segundos e de só se aplicar às chamadas entre os clientes Phone-ix que, por enquanto, não serão propriamente muito expressivos. E quando a chamada durar 29 segundos, mas para outra rede? Então, de 4,92 cêntimos passamos para os 9,22 e o que parecia ser um preço arrasador passa a custar quase tanto por 30 segundos quanto os concorrentes - Uzo, Vodafone Directo e Rede4 - por um minuto (ver tabela).

Descomplicar para complicar

Como estas operadores se auto-intitulam "simples" e apontam as suas ofertas ao segmento de mercado que "não quer andar preocupado" com os números serem 91, 93, 96 ou 92, foi esta a base de comparação utilizada: ligações e mensagens para todas as redes, sem promoções e descontos específicos.

Comecemos com as perguntas: São baratos? Sim. Têm preços disruptivos? Nem por isso. Especialmente se tiver a maior parte dos seus contactos concentrados num único operador móvel.

Vamos por partes. Os tarifários das "low-cost" comparam bem com os preços da TMN, Optimus e Vodafone, ao nível das chamadas para outras redes. Já nos tarifários para quem privilegia "a própria rede", o caso muda de figura, pois alguns planos da TMN, Vodafone e Optimus cobram apenas cinco cêntimos após o primeiro minuto. Mas comparem-se, apenas, os tarifários específicos para quem quer ligar sem ter que pensar na rede do destinatário.

O "Vita 91", da Vodafone, pedir--lhe-á 19 cêntimos por minuto nas chamadas "para qualquer rede", pouco mais que o "Phone-ix" (18,44 cênt.), mas bastante acima da Rede4 e Vodafone Directo (11,99 cênt.) e da Uzo (12 cênt.), acontecendo o mesmo no preço dos SMS, onde o "Vita 91" cobra 11,1 cêntimos, contra os 9,22 da Phone-ix e os 5,99 ou seis cêntimos das restantes.

Já olhando para o "Plano", tarifário da TMN para quem "fala para todas as redes", as diferenças já são mais pronunciadas: O "Plano" pede 25,4 cêntimos/minuto por chamada e 15,2 por SMS. Quanto ao "Total", da Optimus, que diz ter "o melhor preço para todas as redes", o primeiro minuto custa 14 cêntimos, mas o segundo já é cobrado a 25,4 cêntimos... ficando longe de ser o "melhor preço", até porque é preciso ter em atenção que, segundo as contas do Jornal de Negócios com base nas estatísticas da Anacom, a duração média das chamadas de telemóveis em Portugal ronda os dois minutos - 117,5 segundos, em termos mais rigorosos.

Vale a pena ou não?

Questão final: compensa optar pelos "low-cost"? A resposta é a mesma que se aplica aos os milhares de tarifários móveis existentes: depende do consumo. Se tiver contactos quase exclusivamente de um único operador móvel, então não vale a pena mas, se o seu "leque" de chamadas são para todas as redes, já é capaz de compensar.

Porém, nunca se esqueça de um pormenor: As "low-cost" são as únicas a cobrar pelas chamadas de apoio ao cliente, pelo que, se for por este caminho, reze para não ter problemas.

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