Notícia
Europa emergente perde fôlego
A Europa emergente enfrenta sérios problemas económicos que ameaçam o seu potencial enquanto destino de investimento. A região é cada vez mais o "parente pobre" do mundo emergente, o que a torna numa aposta de risco ainda mais elevado do que era há poucos meses.
13 de Novembro de 2008 às 12:13
O acelerado crescimento das economias do Leste europeu nos últimos anos revelou uma outra face do investimento nos mercados emergentes. É certo que o potencial a longo prazo não desapareceu, mas o pesado efeito da crise internacional nestes países promete perdurar durante um período mais extenso do que nos países desenvolvidos. Estas economias enfrentam problemas profundos, em particular défices de conta corrente elevados, e a forte quebra esperada para os resultados das empresas deverá manter os investidores afastados dos mercados accionistas durante algum tempo.
O nível de aversão ao risco e a falta de confiança dos investidores fez-se sentir da pior forma nos mercados bolsistas do Leste europeu. Desde o início da turbulência financeira mundial, em Agosto de 2007, o índice de referência da região MSCI European Emerging Markets perdeu metade da sua capitalização bolsista. E acumula uma perda que supera os 55%. Ao fraco desempenho passado destes mercados juntam-se agora graves problemas económicos que ameaçam o crescimento para os próximos anos e deixam a promessa de resultados mais fracos para as empresas.
"A combinação do severo choque financeiro, da significativa recessão económica no mundo desenvolvido e do impacto de políticas desenhadas para combater a inflação deverá resultar num crescimento que não era esperado. Com todas as economias a crescerem muito abaixo do seu potencial, as perspectiva de lucros para 2009 é muito pobre", explicam os analistas do JPMorgan, num estudo realizado a 4 de Novembro, concluindo que "estes países vão ter de pagar o preço do baixo crescimento".
Muitos dos países emergentes europeus saltaram para as páginas dos jornais nas últimas semanas. E pelas piores razões. O caso mais mediático foi o da Hungria, ao tornar-se no primeiro país da história da União Europeia (UE) a ser socorrido pela comunidade internacional. O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai injectar 20 mil milhões de euros na economia húngara, o maior pacote de assistência financeira até agora aprovado. Já a UE contribuirá com 6,5 mil milhões. A Hungria depara-se, entre outras dificuldades, com uma subida da inflação superior às estimativas e o governo tem pouca margem para efectuar reformas.
Nesta região, também a Ucrânia e a Sérvia estão na "lista de espera" de ajudas do FMI, enquanto a potência russa vê o cenário para a economia deteriorar-se a cada dia que passa, até porque as suas maiores fontes de riqueza, o petróleo e o gás natural, estão a perder valor. Situação que acaba também por afastar grande parte do investimento estrangeiro das empresas russas, com reflexos directos na descida das cotações. Para travar a queda abrupta das acções, a bolsa russa chegou mesmo a fechar, o que contribuiu ainda mais para a quebra da confiança dos investidores.
São muitos os factores de pressão sobre os mercados emergentes da Europa, que fazem deles um destino de investimento com muito maior risco do que há alguns meses. Embora o potencial a longo prazo se mantenha, esta terá de ser uma aposta de alto risco e para quem tiver disponibilidade financeira para suportar perdas e esperar entre cinco e oito anos, que é o período mínimo de investimento aconselhado pelas sociedades que gerem fundos de investimento nesta região.
As fraquezas e o potencial dos principais países do Leste europeu
Riscos
- Economias fragilizadas, com défices de conta corrente elevados;
- Perspectiva de descida dos resultados das empresas;
- A maioria dos países tem uma inflação alta;
- Elevada volatilidade cambial;
- Capitalização bolsista reduzida;
- Risco político.
Oportunidades
- Economias com potencial de expansão a longo prazo;
- Mercado de capitais com potencial crescimento;
- Poderá beneficiar em larga escala da recuperação dos países desenvolvidos.
Tipo de investidor
O investidor terá de ser muito tolerante ao risco e ter conforto financeiro suficiente para sofrer perdas decorrentes da elevada volatilidade destes mercados. O período mínimo do investimento aconselhado pelas gestoras oscila entre cinco e oito anos.
O nível de aversão ao risco e a falta de confiança dos investidores fez-se sentir da pior forma nos mercados bolsistas do Leste europeu. Desde o início da turbulência financeira mundial, em Agosto de 2007, o índice de referência da região MSCI European Emerging Markets perdeu metade da sua capitalização bolsista. E acumula uma perda que supera os 55%. Ao fraco desempenho passado destes mercados juntam-se agora graves problemas económicos que ameaçam o crescimento para os próximos anos e deixam a promessa de resultados mais fracos para as empresas.
"A combinação do severo choque financeiro, da significativa recessão económica no mundo desenvolvido e do impacto de políticas desenhadas para combater a inflação deverá resultar num crescimento que não era esperado. Com todas as economias a crescerem muito abaixo do seu potencial, as perspectiva de lucros para 2009 é muito pobre", explicam os analistas do JPMorgan, num estudo realizado a 4 de Novembro, concluindo que "estes países vão ter de pagar o preço do baixo crescimento".
Muitos dos países emergentes europeus saltaram para as páginas dos jornais nas últimas semanas. E pelas piores razões. O caso mais mediático foi o da Hungria, ao tornar-se no primeiro país da história da União Europeia (UE) a ser socorrido pela comunidade internacional. O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai injectar 20 mil milhões de euros na economia húngara, o maior pacote de assistência financeira até agora aprovado. Já a UE contribuirá com 6,5 mil milhões. A Hungria depara-se, entre outras dificuldades, com uma subida da inflação superior às estimativas e o governo tem pouca margem para efectuar reformas.
Nesta região, também a Ucrânia e a Sérvia estão na "lista de espera" de ajudas do FMI, enquanto a potência russa vê o cenário para a economia deteriorar-se a cada dia que passa, até porque as suas maiores fontes de riqueza, o petróleo e o gás natural, estão a perder valor. Situação que acaba também por afastar grande parte do investimento estrangeiro das empresas russas, com reflexos directos na descida das cotações. Para travar a queda abrupta das acções, a bolsa russa chegou mesmo a fechar, o que contribuiu ainda mais para a quebra da confiança dos investidores.
São muitos os factores de pressão sobre os mercados emergentes da Europa, que fazem deles um destino de investimento com muito maior risco do que há alguns meses. Embora o potencial a longo prazo se mantenha, esta terá de ser uma aposta de alto risco e para quem tiver disponibilidade financeira para suportar perdas e esperar entre cinco e oito anos, que é o período mínimo de investimento aconselhado pelas sociedades que gerem fundos de investimento nesta região.
As fraquezas e o potencial dos principais países do Leste europeu
- Economias fragilizadas, com défices de conta corrente elevados;
- Perspectiva de descida dos resultados das empresas;
- A maioria dos países tem uma inflação alta;
- Elevada volatilidade cambial;
- Capitalização bolsista reduzida;
- Risco político.
Oportunidades
- Economias com potencial de expansão a longo prazo;
- Mercado de capitais com potencial crescimento;
- Poderá beneficiar em larga escala da recuperação dos países desenvolvidos.
Tipo de investidor
O investidor terá de ser muito tolerante ao risco e ter conforto financeiro suficiente para sofrer perdas decorrentes da elevada volatilidade destes mercados. O período mínimo do investimento aconselhado pelas gestoras oscila entre cinco e oito anos.