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Desde 2011 que não havia tanta gente empregada no Norte
No terceiro trimestre do ano passado, a população empregada na região atingiu 1,78 milhões de pessoas, o valor mais alto dos últimos 13 anos, que resultou na criação líquida de 22.700 novos postos de trabalho.
O emprego na região Norte do país atingiu no terceiro trimestre de 2024 o valor mais alto desde, pelo menos, 2011, data do início da nova série do Inquérito ao Emprego do INE, para um total de 1,78 milhões de euros.
Este novo máximo na região nortenha resultou na criação líquida de 22.700 novos postos de trabalho – um crescimento de 1,3% em relação ao mesmo período de 2023, que compara com 1,2% a nível nacional, realça o relatório trimestral "Norte Conjuntura", lançado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
"Contudo, à medida que a taxa de emprego atinge níveis elevados como o atual, há a possibilidade de a economia do Norte convergir para um estado de pleno emprego, no qual a maioria das pessoas disponíveis para trabalhar já está inserida no mercado de trabalho", observa-se no mesmo relatório.
Nesse cenário, "a escassez de mão-de-obra pode começar a gerar novas pressões inflacionistas nos próximos trimestres, num contexto de crescimento da procura interna induzida pela aceleração na execução dos programas comunitários (Portugal 2030 e PRR)", alerta.
O previsto excesso de procura face à oferta "poderá aumentar os custos laborais e, consequentemente, os preços dos bens e serviços".
Assim, "embora o aumento da taxa de emprego no 3.º trimestre de 2024 seja um sinal positivo de crescimento económico, é importante monitorizar futuramente o equilíbrio entre dinamismo do mercado de trabalho e estabilidade de preços", sinaliza o "Norte Conjuntura".
De acordo com o mesmo relatório, foi o setor dos serviços que impulsionou o crescimento do emprego do Norte no 3.º trimestre de 2024, com um aumento homólogo de 3,1% na população empregada, o equivalente a 35.500 novos postos de trabalho.
Em contrapartida, os setores primário e secundário registaram perdas de 3.900 e nove mil empregos, respetivamente.
Já a educação destacou-se pelo acréscimo de 24.500 empregos, "o maior crescimento homólogo entre os diferentes ramos de atividade do Norte", enquanto as indústrias transformadoras reduziram 15.700 postos de trabalho, "acentuando a tendência de queda que persiste há seis trimestres consecutivos", nota o "Norte Conjuntura"
A taxa de desemprego do Norte diminuiu de 6,3% para 6,2% entre o 2.º e o 3.º trimestres de 2024, aproximando-se do valor nacional, que é de 6,1%.
O relatório elaborado pela CCDR-N salienta, ainda, que os salários líquidos mensais dos trabalhadores por conta de outrem no Norte registaram um aumento real de 8,2% em relação ao 3.º trimestre de 2023, superior à média nacional, que foi de 7,7%.
"As notícias de recuperação da economia do Norte ganham, também, sustentação pelo crescimento das exportações de bens, que cresceram 1,9% em termos homólogos, invertendo a tendência de queda dos quatro trimestres anteriores. Em Portugal, o aumento foi de 9,4%", frisa a CCDR-N, em comunicado.
Relativamente ao setor do Turismo, refere que as dormidas nos estabelecimentos turísticos do Norte aumentaram 5,7% no 3.º trimestre de 2024 face ao período homólogo de 2023, enquanto em Portugal o crescimento foi de 3%.
Nota ainda para a taxa de inflação do Norte que diminuiu de 3,1% para 2,5% entre o 2º e o 3º trimestres de 2024, enquanto em Portugal a diminuição foi de 2,7% para 2,2% durante o mesmo período.
(Notícia atualizada às 13:12)