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Vítor Constâncio defende mais supervisão sobre fundos de investimento

O sector dos fundos de investimento pode fazer parte de futura instabilidade sistémica, alertou hoje o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, que defendeu maior supervisão sobre sector financeiro não bancário.

08 de Maio de 2015 às 20:38
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"Embora o BCE acredite que o sector esteja regulado de forma adequada na UE [União Europeia] do ponto de vista da protecção do investidor, pela UCITS e pelas Directivas de Fundos de Investimento Alternativas, nos últimos anos aumentaram os receios de [os fundos de investimento] que possam fazer parte de futuros eventos sistémicos", afirmou, numa palestra no Fórum Oficial das Instituições Monetárias e Financeiras (OMFIF na sigla inglesa), em Londres.

 

Uma das vulnerabilidades, identificou, está relacionada com as chamadas "espirais de liquidez", que podem ser desencadeadas se os fundos forem confrontados com fortes resgates ou requisitos para maiores margens e forem assim forçados a vender em mercados com pouca liquidez.

 

Este cenário poderá suscitar ajustamentos nos preços, mais resgates e coberturas adicionais, alimentando as tais espirais de liquidez negativas.

 

"O impacto no mercado de escoamento em grande escala pode ser agravado por complementaridades estratégicas entre os investidores de fundos", continuou, na palestra intitulada "Reforçar a estabilidade financeira na zona euro".

 

Constâncio argumentou que "a crescente dimensão e os riscos associados das entidades e actividades não bancárias impõe a necessidade de um reforço do quadro supervisor" para o sector.

 

Segundo o vice-presidente do BCE, os bens das entidades financeiras não bancárias mais do que duplicaram na última década, tendo atingido 23,5 biliões em Dezembro de 2014.

 

Embora admita que sejam fontes alternativas de crédito para a economia em relação aos bancos, Constâncio salientou: "O crescente papel das entidades não bancárias na zona euro implica que a relevância sistémica destas entidades esteja também a crescer".

 

Para evitar situações como as que aconteceram na recente crise financeira, quando alguns bancos foram considerados demasiado grandes para falirem, Constâncio propõe que o BCE tenha acesso a maior informação, que sejam criadas "ferramentas macro-prudenciais", que serão aplicadas através de um reforço da regulação e instituições supervisoras. 

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