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Presidente Bundesbank: Resgate do BES mostrou que Zona Euro tem capacidade de agir rapidamente
O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, afirmou esta quarta-feria que com o colapso do Banco Espírito Santo (BES) a Zona Euro demonstrou ter capacidade para tratar "rapidamente este tipo de problema, obrigando os investidores a assumirem as suas responsabilidades".
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As afirmações do presidente do banco central alemão surgem numa entrevista publicada hoje pelo jornal "Le Monde".
"O caso BES lembra que é essencial limpar os balanços dos bancos: é precisamente esse o objectivo da avaliação dos balanços bancários e dos testes de resistência do BCE. Esses exercícios permitem restaurar a transparência e a confiança no sistema bancário", referiu.
"Mas, a liquidação do banco português, feita num fim-de-semana, mostrou igualmente que a zona euro tem hoje capacidade para tratar rapidamente deste tipo de problema, obrigando antes de mais os investidores a assumirem as suas responsabilidades. Essa capacidade será ainda mais reforçada quando os mecanismos de resolução da União Bancária estiverem plenamente operacionais", afirmou Weidmann.
Na entrevista, o presidente do Bundesbank considerou que a zona euro está a "metade do
caminho" de saída da crise.
"Sair desta crise é como correr a maratona: estamos a metade do caminho, ainda não chegámos à meta. Não obstante, a percepção dos mercados mudou desde 2010. O risco não é visto como iminente", disse.
O presidente do banco central alemão advertiu que "ainda não foram resolvidas todas as causas estruturais na origem da crise" como "o elevado endividamento público e privado em determinados países".
Weidmann defendeu que "o euro se valorizou graças à confiança dos investidores (...). A tentativa de aumentar a competitividade das economias através do enfraquecimento do euro não deveria ser o fundamento da moeda única. Uma Europa forte e um euro forte estão a par".
Nesse sentido, afastou o risco de deflação porque a "débil taxa de inflação actual é alimentada por três factores: a queda dos preços da energia e dos produtos alimentares, a valorização do euro até há pouco tempo e o ajustamento em curso em alguns países, como Espanha ou Grécia. Não estamos num cenário deflacionista autogerado", apontou.