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Longe do petróleo e perto renováveis. Onde o fundo soberano saudita vai investir 10 mil milhões em 2022
O fundo cujo rosto é o príncipe Mohammed bin Salman quer investir dez mil milhões de dólares este ano em ativos, traçando o caminho para alcançar uma carteira de 1 bilião de dólares até 2025.
O fundo soberano da Arábia Saudita pretende investir cerca de dez mil milhões de dólares em ações, cumprindo assim o objectivo já anunciado pelo reino de duplicar a carteira de ativos até 2025, de acordo com duas fontes próximas do palácio contactadas pela Bloomberg.
O fundo liderado pelo príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman quer preencher o portefólio com títulos de empresas dos setores mais em voga neste momento e que prometem grandes retornos nos próximos tempos, como as energias renováveis e o "e-commerce".
Atualmente, este é um dos fundos soberanos mais destacados do mundo, com uma carteira de até 500 mil milhões de dólares de ativos sob gestão. Recorde-se que em 2020, em plena pandemia, o fundo recebeu uma injecção de capital de 40 mil milhões de dólares, vindos diretamente do Estado saudita.
No documento estratégico para 2021-2025, os gestores do fundo apostam sobretudo na diversidade: "de geografias, de classes de ativos, de setores" e longe do petróleo e do gás. O fundo chegou mesmo a comprar ações do Facebook e do Citigroup, títulos que acabou por vender meses mais tarde.
O valor das participações públicas do fundo, incluindo a sua ações em empresas nacionais, atingiu cerca de 200 mil milhões de dólares, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg, dominados pelas participações nos capitais do Lucid Group e Saudi Telecom.
O fundo, gerido pelo governador Yasir Al Rumayyan, delineou um plano para fazer crescer a sua carteira de ativos até mais de um bilião de dólares, até 2025.
Nos últimos meses, o fundo mais do que triplicou as suas participações em transações americanas. Desde o final de 2020 até ao terceiro trimestre do ano passado, a carteira saudia colocou cerca de 43,4 mil milhões de dólares em companhias sediadas em terras do "Tio Sam".
O fundo tem ainda inovado face ao passado, ao investir em produtoras de videojogos e marcas de e-commerce chinesas, como a Alibaba.