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UBS não negoceia nem vende bitcoin e teme uma queda “enorme” do seu valor
O chairman do banco helvético avançou à Bloomberg que o UBS não negoceia nem vende aos seus clientes no retalho bitcoin. Axel Weber assume que, com a crescente regulação em torno da moeda virtual, o seu valor pode sofrer uma queda “enorme”.
Não negoceia bitcoin nem vende aos seus clientes no retalho. É esta a postura do banco de investimento helvético UBS e foi relatada pelo chairman do grupo, Axel Weber, numa entrevista à Bloomberg, realizada no Fórum Económico Mundial, que está a decorrer em Davos, Suíça. Weber não descartou a possibilidade da bitcoin sofrer uma queda "enorme" do seu valor com um aumento da regulação em torno das moedas virtuais.
"Isto é algo no qual o preço realmente não é claro", disse o chairman do UBS em entrevista esta quarta-feira. "Tememos que no futuro - se estes investimentos implodirem e o mercado corrigir - os investidores comecem a olhar ‘para quem é que nos vendeu isto?’", acrescentou.
Há pouco mais de uma semana, as autoridades da Coreia do Sul anunciaram que estavam a preparar-se para proibir a negociação de criptomoedas no país, que é a morada de mais de uma dúzia de bolsas de moedas electrónicas. Numa conferência de imprensa, o ministro da Justiça da Coreia do Sul, Park Sang-ki, informou ainda que o governo está a preparar uma legislação para banir a negociação das moedas virtuais nas bolsas do país.
Poucos dias depois, a China deu mais um sinal de estar a tentar controlar estas moedas, ao anunciar que vai bloquear o acesso a plataformas online e aplicações móveis que permitam a transacção de criptomoedas. Já em Setembro do ano passado, o banco central da China tinha informado o mercado que as ofertas iniciais de moedas (initial coin offerings em inglês, ICO) eram ilegais e pediu que todas as operações de levantamento de capital fossem interrompidas imediatamente, tendo emitido novas regras sobre o tema, de acordo com as informações avançadas pela Bloomberg na época.
Além destas decisões, também vários banqueiros manifestaram já dúvidas sobre o investimento em criptomoedas. Andrey Kostin, do russo VTB Bank PJSC, disse, igualmente em entrevista à Bloomberg em Davos, que a bitcoin é uma moeda "falsa" e que os governos não podem aceitar um mercado crescente de dinheiro que não é impresso por um país. O responsável acrescentou ainda que não vê "um grande futuro" para a bitcoin.
Tidjane Thiam, CEO do Credit Suisse, já se tinha referido, em declarações à Bloomberg proferidas em Novembro, que a bitcoin "é a própria definição de uma bolha".